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'Apanhei e sou alguém na vida'

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Você já se questionou sobre as chamadas 'palmadas educativas'

Você já deve ter ouvido a frase, "apanhei e sou alguém na vida", pois é, ela é mais comum do que você pensa, e segundo estudos recentes, essa generalização ideológica, pode afetar profundamente o desenvolvimento de crianças e adolescentes brasileiros.

Quantos sonhos não foram vividos? Quantos desejos foram silenciados? E quantas habilidades foram limitadas? Estas perguntas foram direcionadas pela mentora familiar, Suelen Ternus.

Atualmente a sociedade vive uma epidemia ainda maior que o coronavírus, que é uma onda de depressão, ansiedade, medo, angústia, tristeza, baixa autoestima, falta de energia, necessidade de agradar o outro, dificuldades de aprender e dificuldades de dizer não. Apesar de muitos fatores terem influenciado esse desequilíbrio, um dos agravantes pode ter sido traumas que as pessoas levam desde crianças. "Apanhei e sou alguém na vida, mas a que custo?", questionou Suelen.

Um estudo, publicado nos Estados Unidos da América, em 2021, mostrou que as palmadas prejudicam o desenvolvimento cerebral das crianças, sendo tão nocivas quanto agressões mais graves e violentas.

Através disso, a pesquisa mostrou que os jovens que apanham, dispõem de mais recursos cerebrais para entender a fonte do temor de outras pessoas.

Apesar de ainda ser um tabu, em 2014, a Lei da Palmada, nº 7.672/10, foi criada, visando proibir castigos físicos às crianças e adolescentes pelos pais ou responsáveis, considerando isso como um direito da pessoa durante seu desenvolvimento.


Por que as "palmadas" não devem ser um instrumento utilizado para educar?


Segundo a mentora familiar Suelen Ternus, o cérebro das crianças não tem maturidade suficiente para entender o porquê da exigência de certos comportamentos.

"Muitos pais dizem: 'mas eu bato e meu filho obedece'. Efetivamente. Por medo, ele para o que está fazendo e começa a gerar empobrecimento comportamental. Pelo fato dele não saber exatamente o porquê da punição, deixa de desenvolver inúmeras habilidades, por medo de ser punido", disse.


Quanto mais castigo dou, pior ele fica!


Suelen explicou que é normal o comportamento dos jovens piorar, quando punidos fisicamente.

"Se seu marido ou esposa fizesse isso com você, como você iria se comportar? A criança começa a mentir por sentir medo de seu erro não ser aceito pelos pais, como se eles não errassem. A criança replica o que vivencia. Através da surra, os pais estão mostrando que quando se sentem com raiva ou frustrados, a solução é bater. Não é à toa que crianças que tem uma disciplina pela punição frequentemente são violentas na escola. Com a punição, a criança não aprende qual é o comportamento esperado, somente o que ela não pode fazer, o que pode deixar a criança angustiada e desamparada", alertou.

Suelen Ternus disponibilizou uma linha de raciocínio ao jornal Imprensa do Povo, material este presente no livro de Marshall B, Rosenberg, 'Comunicação Não Violenta', que através de uma conversa, apresenta a educação como um ato de amor e carinho. Abaixo você confere as afirmações do livro, e a partir disso, pode sentir o que está sendo proposto e tirar suas próprias conclusões sobre o tema.




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