A edição de Dia dos Pais está incrível. Saiba mais sobre nosso jornalismo!
Já é difícil educar uma criança com a presença do pai e da mãe, então só imagina fazer isso sozinho? Os pais que criam seus filhos sozinhos sempre têm uma carga maior, tendo que equilibrar as questões pessoais com as profissionais.
No último dia 14 de agosto, comemorou-se o Dia dos Pais, que passou a ter repercussão mundial a partir do século XX, quando foi institucionalizado nos Estados Unidos das América, que comemorou pela primeira vez no dia 19 de junho de 1910. A data foi sugerida por uma moça chamada Sonora Louis Dodd, que quis homenagear seu pai, Willian.
Willian Jackson Smart era um veterano da Guerra Civil Americana e após a morte de sua esposa, teve que cuidar sozinho de Sonora e seus outros filhos.
A paternidade exige muito de uma pessoa e pode ser cheia de desafios, que exigem muita dedicação, atenção e prioridades, para que qualquer percalço seja superado.
Pode parecer diferente um pai cuidando de um filho, já que geralmente as pessoas estão acostumadas a ver a mãe exercendo esse papel, mas nos últimos anos, dados estatísticos mostram que o número de pais que criam os filhos sozinhos vem aumentando, e levantar à noite para ver se o filho está bem, preparar as refeições, trocar fraldas, arrumá-lo para ir à escola e ouvir os sonhos, têm sido o papel de muitos pais que criam seus filhos sozinhos, assumindo também o papel de mãe.
Essa é a realidade do Jair dos Santos, morador do bairro Primavera, no município de Pinhalzinho. Jair cuida de sua filha Emanuelly Topasio dos Santos desde que ela tinha apenas cinco aninhos, em uma jornada de muitos desafios, superações, inquietações, mas também de muito amor e gratidão.
Segundo Jair, a rotina de um pai solteiro é muito corrida, pelo fato da demanda que um filho propõe.
"Agora ela tem 11 anos, mas quando eu me separei e comecei cuidar dela, era muito mais difícil, porque ela dependia de basicamente tudo. Eu tinha que levantar mais cedo e organizar o material da escola, a roupa, a comida e depois leva-la para o colégio", disse.
Jair contou que muitas vezes a preocupação aumentava, pelo fato dela ainda ser muito pequena na época da separação.
"Em muitos momentos eu tinha que levantar a noite e ficar cuidando a temperatura dela, porque ela poderia ter febre. Tinha dias que eu tive que ir até a escola busca-la porque ela não estava bem e estava com muita febre. Por isso eu diria que a rotina de um pai solteiro é muito corrida, mas no final é muito gratificante", argumentou.
Jair dos Santos disse que atualmente a menina fica aos cuidados de uma cuidadora, a tia Liane.
"No final do dia sempre vou buscar ela lá. Ela estuda no período matutino na Marcolino e pela tarde vai na tata, mas assim que eu volto do trabalho, passo na casa da tia Liane para buscar ela".
A jovem Emanuelly muitas vezes recebe a ajuda do pai nas atividades escolares, porém segundo Jair, isso nunca foi um problema. "Mas ela sempre se dedicou, eu nunca tive muito problema com isso", contou.
Jair disse que a mãe de Emanuelly mora em Guaraciaba e a cada 15 dias a menina vai visita-la.
"As vezes ela vai até dois fins de semana seguidos. No início ela não queria muito ir, mas agora como ela cresceu e amadureceu, ela se dá muito bem com a mãe", contou.
Um dos grandes desafios de Jair é não poder contar com a ajuda de seus familiares, já que todos moram distantes do município.
"Esse é um de meus maiores desafios, ter que cuidar dela totalmente sozinho, pois a maioria de meus parentes moram no Rio Grande do Sul. Desde que me separei estou morando em Pinhalzinho, e a partir daí, estou cuidando dela assim. Tenho amigos de trabalho que me ajudaram muito. No início eu dependia de muita gente, pois eu trabalhava nos finais de semana, daí tinha que encontrar alguém para cuidar dela, mas agora é mais tranquilo", expôs.
O processo de separação de um casal nunca é fácil, ainda mais quando filhos estão envolvidos, mas Jair com muita empatia e carinho deu a volta por cima e escolheu o melhor formato de vida que se adaptasse com a nova realidade.
Jair ao longo do tempo deu suporte à sua filha Emanuelly, lhe cedeu disciplina, buscou ter uma boa comunicação e conseguiu manter o equilíbrio e bem estar emocional.
Jair sempre esteve envolvido com sua filha, ensinando e errando, mas jamais desistindo quando as expectativas não eram as esperadas. Foi isso que fez com que superasse todos os desafios da paternidade solteira: a luta, as dificuldades, os desafios, as desilusões, mas acima de tudo, a força que ele encontrava em sua filha.
"Aos pais que cuidam de seus filhos sem a ajuda da figura materna, eu aconselho que tenham um bom diálogo e entendam que vai ter momentos muito complicados, mas que eles passarão. Ensinem ao máximo de princípios a seus filhos, que no final você ficará muito grato pelo que fez", completou.
Deixe seu comentário