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A violência contra a mulher
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arquivo pessoal -
Assine o jornal Imprensa do Povo e saiba porque as mulheres permanecem em uma relação violenta e tenha acesso aos dados de violência registrados nos últimos anos em Pinhalzinho
Este mês que passou foi dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
De acordo com o portal 'Não se Cale', o "Agosto Lilás" é uma campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, instituída por meio da Lei Estadual nº 4.969/2016, com objetivo de intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.
O que é violência contra a mulher?
De acordo com a Lei n. 11.340, de 5 de agosto de 2006 - Lei Maria da Penha - "configura como violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial".
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Esta violência se apresenta em diferentes formas, as mais comuns são a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Nossa equipe de jornalismo conversou com a psicóloga do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) de Pinhalzinho Paula Roberta Palombit, que destacou que a violência física é a mais fácil de ser detectada, pois deixa marcas visíveis (espancar, sacudir, apertar os braços, estrangular, sufocar, com uso de objetos cortantes, facas, armas de fogo). Já a violência psicológica não deixa marcas físicas, porém é muito mais comum e pode ser ainda mais devastadora, pois atinge a autoestima da mulher, acaba com sua autonomia, por meio de ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, perseguição, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir.
"A violência psicológica está presente em todas as demais formas de violência, pois é a forma que o autor da violência encontra de tornar a mulher vulnerável, para poder praticar outras violências, sem que ela tenha forças para reagir".
Segundo Paula, a violência sexual é pouco denunciada, pois a mulher pode não se perceber como vítima de tal violência, pois há aspectos culturais e patriarcais que se atravessam, a respeito de um constructo social que não existe, de que a mulher tem obrigação de satisfazer sexualmente seu parceiro. Em virtude disso, muitas mulheres sofrem violência sexual, pois são constrangidas a praticar relações sexuais não desejadas, e por vezes, por meio de intimidação, ameaça, coação ou uso de força corporal. Em alguns casos também é negado o direito ao uso de contraceptivo.
Paula ainda cedeu informações referentes à violência patrimonial, que ocorre quando o autor da violência não permite que a mulher trabalhe, ou quando ela trabalha precisa entregar todo seu salário para o companheiro, retem, subtrai ou destrói seus objetos pessoais, seus documentos ou instrumentos de trabalho e a violência moral, que diz respeito a conduta que configura calúnia, difamação ou injuria, por exemplo, acusar a mulher de traição, fazer críticas mentirosas, expor sua vida íntima e desvalorizá-la.
A violência contra a mulher é cíclica e progressiva, ou seja, ela acontece várias vezes, e cada vez a violência se torna mais grave.
"O ciclo da violência inicia com pequenas tensões, agressões verbais, xingamentos, humilhações, até que ocorre a explosão da violência, geralmente física. Este é o momento que a mulher busca ajuda, faz boletim de ocorrência, pois quer cessar aquela violência. Os órgãos de atendimento precisam intervir nesse momento, para fortalecer a mulher na sua decisão, pois o próximo passo do autor da violência é tentar uma reaproximação, é o momento em que ele lhe envia flores, presentes, faz promessas de que aquele episódio nunca mais irá se repetir, e em alguns casos a mulher acaba retomando o relacionamento, pois quer acreditar na mudança que o homem está se propondo a fazer. Muito em breve as tensões irão se intensificar novamente e a violência tornará a ocorrer", explicou Paula.
E porque as mulheres permanecem nessa relação violenta?
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