Dom Odelir faz um apelo à recristianização do Natal, devolvendo-o ao seu verdadeiro dono: Cristo.

O Natal se aproxima, e com ele renova-se o convite à reflexão sobre a essência desse tempo sagrado. Dom Odelir José Magri é natural de Saltinho e atua como arcebispo da Arquidiocese de Chapecó e em artigo publicado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em Santa Catarina - CNBB. "O Advento é um tempo de espera vivido na expectativa da vinda do Salvador", destaca apontando que a Igreja vive este momento com duas perspectivas: o nascimento do Menino Jesus e a vinda do Cristo no fim dos tempos.

Entre estas duas vindas, somos chamados a celebrar o Mistério da Salvação em nossa vida cotidiana e na história comunitária. Segundo o arcebispo, "o Advento e o Natal assinalam o início de um tempo novo, a ser vivido na esperança do fim dos tempos e com o olhar voltado para as maravilhas que o Senhor realiza no hoje da história e de nossas vidas", afirma.

O Natal anuncia algo extraordinário: o Criador do universo entrou na história humana e vestiu pele como qualquer um de nós. "Deus se fez homem, o Rei dos reis se fez servo. O eterno entrou no tempo. O infinito nasceu de uma virgem". Este mistério, incompreensível até mesmo para as mentes mais brilhantes, reflete o imenso amor de Deus pela humanidade.

Para bem vivermos este tempo de espera, Dom Odelir nos lembra que a vigilância é essencial. "Jesus Cristo vem, e, por isso, precisamos vigiar! O Senhor vem sem alarde, de maneira simples e silenciosa", diz ele, reforçando que a vigilância deve ser acompanhada por uma vida de oração e abertura ao Espírito.

Ele explica que a oração, longe de ser uma mera repetição de palavras, deve ser um momento de silêncio e escuta, onde a pessoa se abre às surpresas de Deus. "Sem admiração, sem silêncio e escuta, a oração corre o risco de se tornar uma ladainha cansada e superficial", afirma.

Outro ponto destacado pelo arcebispo é a importância da escuta da Palavra de Deus durante o Advento. Ele sugere a vivência em família da novena de Natal e da montagem do presépio, que, segundo o Papa Francisco, é "um Evangelho vivo".

Dom Odelir faz um apelo à recristianização do Natal, devolvendo-o ao seu verdadeiro dono: Cristo. "É tempo de celebrarmos Cristo e não a nós mesmos. É tempo de nos alegrarmos com grande júbilo, porque Deus nos amou de tal maneira que nos deu seu próprio Filho Unigênito", enfatiza.

Ele convida os fiéis a deixarem de lado o consumismo e as celebrações vazias para se concentrarem no propósito maior do Natal: reconhecer que Deus desceu até nós, trazendo-nos vida em abundância. “Que este tempo nos inspire a viver a magia do Natal em sua plenitude, reconhecendo o amor de Deus que se dá a nós e renovando em nossos corações a esperança e a paz”, deseja.