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ESPECIAL

Com raízes na base, Pinhalzinho conquista o Brasil com seu vôlei

Mais do que uma competição, a presença na Superliga B representa o reconhecimento de anos de trabalho, investimento em base e paixão pelo voleibol, colocando Pinhalzinho entre os grandes do Brasil.

O esporte pinhalense vive um novo momento histórico. A participação da Pinhalense/Zagonel na semifinal da Superliga B de Voleibol Feminino vira os holofotes para uma equipe formada por atletas dedicados, comissão técnica qualificada e o apoio vibrante da comunidade, o município dá um saque ousado rumo ao cenário nacional. Mais do que uma competição, a presença na Superliga B representa o reconhecimento de anos de trabalho, investimento em base e paixão pelo voleibol, colocando Pinhalzinho entre os grandes do Brasil.

Quem conta um pouco mais da história do voleibol pinhalense é Lucas Tomazi, diretor-geral da Fundação Municipal de Esportes e Cultura (FMEC). Cria do esporte da cidade, como atleta Lucas alcançou a elite do voleibol nacional jogando profissionalmente em equipes de Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Mas essa trajetória não começou agora — ela nasceu há mais de 20 anos, nas escolinhas de esporte da Prefeitura de Pinhalzinho.

Lucas é o exemplo vivo de como um projeto bem estruturado pode transformar vidas. “Eu surgi das escolinhas aqui da Fundação, em 2004. Depois da primeira competição, já saí para atuar como atleta profissional, jogando em diversos estados”, conta ele. Em 2014, já com a bagagem de atleta, voltou a Pinhalzinho, desta vez como estagiário da própria fundação onde tudo começou.

Com o tempo, virou professor, e após a pandemia foi convidado para assumir a direção de esportes. A virada de chave veio em 2022, com a fundação da Associação Pinhalense de Voleibol — ideia que surgiu durante um curso em Florianópolis e uma ligação da esposa, também atleta de voleibol. O objetivo era claro: dar legalidade ao projeto, buscar patrocínios e colocar Pinhalzinho no mapa do voleibol competitivo.

Logo no primeiro ano, a equipe adulta formada apenas por atletas do município estreou no Campeonato Estadual da Federação Catarinense. “A ideia era criar um espelho para as crianças. E funcionou. A cada jogo nosso, mais crianças procuravam as escolinhas”, destaca Lucas.

O projeto não parou de crescer. Em 2023, Pinhalzinho sediou a Superliga C, trazendo para casa equipes como Sorocaba e Caçador. Apesar de não conquistar a vaga naquele ano, a experiência serviu de combustível para 2024, quando a equipe foi campeã invicta da Superliga C, em Pato Branco, garantindo vaga na Superliga B.

A campanha na Superliga B, disputada entre dezembro de 2024 e março de 2025, foi histórica: Pinhalzinho chegou à semifinal, enfrentando gigantes como Tijuca. “Hoje, somos na Superliga B o que a Chapecoense representa no futebol: um time do interior com projeção nacional”, compara o diretor.

E o mais incrível: boa parte do elenco é fruto das categorias de base. “Temos nove atletas do município, além de professoras como a Carol e a Rafaela, que começaram como atletas e hoje estão à frente das escolinhas e do projeto 60+ de vôlei, por exemplo, fazendo parte da equipe”, explica Lucas. O auxiliar técnico Matheus também saiu da base masculina.

Mesmo com a visibilidade nacional, o projeto mantém sua essência: valorizar quem é da casa. “Não temos os melhores salários, mas oferecemos a melhor estrutura. É isso que atrai atletas e empresários para cá”, reforça.

Com média de público entre 500 e 600 pessoas no Ginásio Centreventos e no Ginásio Neuro Izidoro Bugnotto, além de jogos televisionados em rede nacional, Pinhalzinho virou referência. E o melhor: sem perder a identidade. “Nós acreditamos que quanto mais alto for nosso nível, mais pessoas vamos estimular a fazer parte disso”, acrescenta o diretor que destaca que a missão continua com os pés no chão, só saltando pra buscar pontos que ganham mais do que jogos em quadra, os jogos da vida que o esporte é capaz de ensinar.

De estagiário a diretor, de atleta da base a líder de um projeto vitorioso, Lucas Tomazi representa um ciclo que se renova — e mostra que, com organização, paixão e valorização do que é local, é possível colocar uma cidade, ainda considerada pequena, entre as melhores do Brasil.


Por Diego Kirch

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