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Filme “Corpo Transitório” explora os desafios da maternidade em Pinhalzinho
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Foto: Divulgação | Guilherme Detoni -
Bailarina Paola Zonta estreia videodança experimental sobre o lado não romantizado do maternar, abordando saúde mental e falta de rede de apoio para mães
Na noite da última quarta-feira (30), a bailarina e coreógrafa Paola Zonta, de Pinhalzinho, apresentou ao público o filme "Corpo Transitório", um projeto que mergulha nos sentimentos e nas experiências reais da maternidade. O filme, lançado com apoio da Prefeitura de Pinhalzinho, Fundação Municipal de Esportes e Cultura (FMEC) e do Governo Federal por meio da Lei Paulo Gustavo, reflete o compromisso com a valorização cultural na cidade e foi viabilizado pelo Edital Municipal de Fomento à Cultura, incentivado pela Lei Paulo Gustavo.
“Corpo Transitório” é uma videodança experimental e pessoal, na qual Paola performa solo, inspirada em seu próprio processo de adaptação à maternidade e nos relatos de outras mães que se dispuseram a compartilhar suas histórias. O filme aborda, de forma crua e poética, o puerpério e os altos e baixos que acompanham a maternidade, quebrando o tabu de tratar a maternidade de forma honesta e realista. "Senti uma necessidade de colocar para fora o que estava vivendo", relata Paola, "de ressignificar em arte as emoções, o turbilhão de sentimentos que acompanham essa fase."
O projeto de Paola vai além da biografia pessoal, envolvendo uma pesquisa intensa com outras mães que vivenciaram as mesmas dificuldades, mas encontraram pouco espaço para discutir abertamente suas experiências. A bailarina explica que coletou relatos por meio de conversas informais, mensagens de texto e até áudios de WhatsApp, consolidando tudo em um roteiro que combina dança e narrativa cinematográfica para expressar o cotidiano e os desafios do maternar.
"A maternidade é sempre retratada de forma idealizada", disse Paola. "Falam do amor incondicional, da alegria de ter um filho, mas ninguém me preparou para as dificuldades e a solidão que também fazem parte desse processo. Senti a necessidade de dar voz a essas vivências, de que a maternidade é forte, intensa, mas também difícil. A falta de rede de apoio, a saúde mental das mães, e a ausência, muitas vezes, de empatia e compreensão da sociedade são temas que abordamos no filme.”
Durante a exibição presencial, realizada simultaneamente com a estreia online no YouTube, a plateia teve a oportunidade de discutir o filme em um bate-papo aberto, que contou com a presença de psicólogas, profissionais da saúde e mães. Paola destacou que o formato presencial permitiu um diálogo mais profundo, facilitando a troca de experiências e percepções sobre o impacto do filme, algo que o lançamento digital não poderia oferecer da mesma forma.
A artista revelou que planeja levar "Corpo Transitório" para festivais de cinema e outros editais, com o objetivo de expandir a discussão sobre maternidade para um público mais amplo. "Quero que o filme rode e faça as pessoas refletirem sobre a importância de falar abertamente sobre os desafios da maternidade e da saúde mental das mães. Sinto que essa discussão é essencial e merece espaço."
Paola também ressaltou a importância do apoio público e do investimento cultural no desenvolvimento de projetos como o dela. "Tudo isso só é possível porque temos políticas públicas voltadas à cultura. O recurso investido no fomento cultural, seja federal ou municipal, está permitindo que artistas e produtores culturais tenham voz e espaço. Hoje temos não só o meu filme, mas outros projetos como o videoclipe da Letícia Bertoldi e o filme sobre autismo do Wagner, todos viabilizados pela Lei Paulo Gustavo. A cultura do município está prosperando, e temos muito a agradecer por isso”, completou.
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