A arbitragem também tem sido um campo de desafios e conquistas para as mulheres, que demonstram competência e firmeza para atuar em partidas de alto nível.

Da pequena comunidade de Lajeado Felício e depois Tarumãzinho, de Águas Frias, surge Luciane Rodrigues dos Santos, a menina que seguir os irmãos mais velhos no futebol e sonhava viver intensamente no meio do esporte. E deu certo, hoje com 34 anos acumula um repertório de jogos como árbitra de futebol do quadro nacional CBF.

Geralmente os sonhos acontecem na infância, e Luciane conta que construiu sua trajetória no futebol impulsionada pelo amor ao esporte e pela influência de seus dois irmãos mais velhos. Crescida no interior, em, mais tarde se mudou para a cidade de Águas Frias, onde sua paixão pelo futebol e futsal se fortaleceu.

Desde pequena, Luciane já sabia o que queria ser: professora de Educação Física. Determinada, cursou Educação Física na Horus Faculdades, em Pinhalzinho. Durante esse período, já se envolvia com o esporte municipal, auxiliando na organização de jogos e acompanhando de perto a arbitragem. Foi então que surgiu a oportunidade de realizar um curso de arbitragem em Chapecó. Inicialmente, a ideia era apenas cumprir horas complementares para sua graduação, mas, ao longo das aulas teóricas e práticas, a arbitragem se tornou uma paixão.

O curso durou quatro meses e, ao final, Luciane sabia que queria seguir esse caminho. Em 2013, formou-se pela Federação Catarinense de Futebol e passou a atuar como árbitra assistente em partidas oficiais. Seu desempenho e dedicação a levaram a um novo patamar: em 2018, ingressou no quadro nacional de árbitros da CBF, o que possibilitou sua atuação em jogos organizados pela entidade.

Ao longo de 12 anos de carreira na arbitragem, Luciane enfrentou desafios, aprimorou-se com cursos de aperfeiçoamento e fortaleceu sua preparação física e mental. Sua trajetória é marcada por momentos inesquecíveis, como sua participação na final do Campeonato Brasileiro Feminino Sub-20 em 2022 e nas quartas de final do Campeonato Brasileiro Feminino em 2023. No futebol masculino, atuou em jogos da Série D e C do Campeonato Brasileiro em 2021, alcançando a Série B em 2024.

No último fim de semana, em 9 de março de 2025, Luciane atingiu mais um marco na sua carreira ao atuar como árbitra assistente na semifinal do Campeonato Catarinense Profissional Masculino Série A, jogo entre Chapecoense e Joinville. Seu próximo objetivo é ingressar na Série A do Campeonato Brasileiro e, futuramente, integrar o seleto quadro de árbitros da FIFA.

O Espaço da mulher na arbitragem

A presença feminina no futebol tem crescido de forma significativa, quebrando barreiras e enfrentando preconceitos em um ambiente tradicionalmente dominado por homens. A arbitragem também tem sido um campo de desafios e conquistas para as mulheres, que demonstram competência e firmeza para atuar em partidas de alto nível.

Luciane que hoje mora em Porto Alegre-RS reconhece que a jornada das mulheres na arbitragem ainda enfrenta resistências e desigualdades, mas também celebra a evolução do espaço conquistado. “Cada jogo apitado por uma mulher representa um avanço na busca por igualdade no futebol. Com determinação e trabalho contínuo”, destaca Luciane que segue firme no objetivo de atingir o mais alto nível da arbitragem, provando que o talento e a dedicação superam qualquer obstáculo, e que sonhar não é demais.