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Com uma conversa reta, a Secretaria de Assistência Social de Pinhalzinho apresentou as várias frentes que impactam diretamente a vida de milhares de pessoas.
A professora viu sinais de abuso sexual em um menino de seis anos, e em outro caso, uma criança levada ao hospital com ferimentos levantando suspeitas de maus-tratos. Famílias também procuram a Secretaria de Assistência Social em busca de ajuda com documentos dos filhos, enquanto mães solo tentam garantir comida para sua família. Adolescentes que relatam à escola que passam fome com frequência, outros que os pais usam drogas. Crianças que não frequentam as aulas por falta de transporte ou pelo trabalho exagerado. Mulheres que, ao buscarem atendimento no posto de saúde, denunciam casos de violência doméstica. Famílias inteiras que chegam sem nada para recomeçar e precisam de roupas, colhões, comida e oportunidades. Além disso, idosos encontrados em situação de abandono, sem ao menos cuidados básicos de higiene. Esses exemplos demonstram o quanto é essencial que a assistência social esteja atenta, acolhedora e preparada para fortalecer essas famílias e protegê-las de violações de direitos.
Com uma conversa reta, a Secretaria de Assistência Social de Pinhalzinho apresentou as várias frentes que impactam diretamente a vida de milhares de pessoas. A equipe gestora abordou a estrutura e os serviços que fazem da secretaria uma referência em dinamismo, acolhimento e atenção às diversas vulnerabilidades sociais. Conversamos com Ivone Orso, gestora da pasta; Renata Kunzler, coordenadora da Proteção Social Básica; e com Gabriele Schmitz, coordenadora da Proteção Social Especial.
A secretaria, conforme explica Ivone Orso, é composta por três departamentos principais: o Departamento da Assistência Social, ligado ao SUAS – Sistema Único de Assistência Social; o Departamento da Criança e do Adolescente, e o Departamento do Idoso. "Cada um desses departamentos possui fundos específicos, acompanhados por conselhos deliberativos que participam ativamente das decisões. Temos, por exemplo, o Fundo da Infância e Adolescência e o Fundo Municipal da Pessoa Idosa", afirma Ivone.
Proteção Básica e Especial: atendimentos em rede
A Proteção Social Básica, coordenada por Renata Kunzler, funciona por meio dos dois Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, um localizado na região central e outro no bairro Maria Terezinha. Esses espaços desenvolvem, entre outras ações, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV, que atende cerca de 180 crianças e adolescentes no contraturno escolar. “Nosso objetivo principal é fortalecer os vínculos, atender a demanda daquela família, porque a assistência social é de quem ela precisar naquele momento. O CRAS é uma porta aberta para quem precisar dos serviços poder procurar para receber orientação, encaminhamento, concessão de benefícios ou demais informações que a família venha a necessitar”, afirma Renata.
Já a Proteção Social Especial, coordenada por Gabriele Schmitz, engloba o Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, a equipe de alta complexidade e o atendimento aos imigrantes. “O CREAS recebe uma grande quantidade de demandas, muitas delas encaminhadas diretamente pelo Conselho Tutelar, ou pelo Poder Judiciário especialmente no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica. O objetivo é oferecer orientação e apoio adequados em cada situação. Quando identificamos situações de negligência ou violação, buscamos trabalhar diretamente com a família para resolver o problema — seja com crianças, adolescentes, mulheres ou idosos. O foco permanece sempre o mesmo: oferecer suporte para que, mesmo durante o período de acolhimento, a família consiga se reestruturar, superar suas vulnerabilidades e, sempre que possível, retomar a convivência familiar”, explica Gabriele.
Crescimento da imigração e políticas de acolhimento
“Temos um setor exclusivo para imigrantes, o SAI, que realiza acolhimento, orientação e encaminhamentos documentais”, destaca Ivone Orso.
Segundo dados da secretaria, em 2019 havia cerca de 20 imigrantes no município. Hoje, esse número passou para aproximadamente 1.700 pessoas atendidas ou em atendimento. O SAI, criado com recursos federais a partir de um tratado com a Venezuela, funciona no bairro Maria Terezinha e oferece suporte essencial, especialmente na regularização documental. “O número cresceu muito nos últimos anos. Eles vêm por diferentes razões: trabalho, família ou interiorização. Após estruturarem suas vidas, muitos deixam o SAI e passam a usar os demais serviços da assistência conforme a necessidade”, destaca Ivone.
Conselhos e participação social
A secretaria trabalha com sete conselhos ativos: dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Pessoa Idosa, da Pessoa com Deficiência, da Juventude, de Segurança Alimentar e Nutricional, de Assistência Social, e mais dois comitês – o da Escuta Especializada e o do Imigrante – além do Fórum Bem Me Quer.
Todos esses organismos funcionam de forma paritária, com participação de 50% da sociedade civil e 50% do poder público. “Os conselhos são deliberativos e propositivos. É com base nas proposições deles que muitas das nossas ações são planejadas e executadas”, reforça Ivone.
Políticas para os idosos e a continuidade dos serviços
A secretaria também desenvolve oficinas, grupos de convivência e ações voltadas ao bem-estar dos idosos. Essas atividades, vinculadas ao Departamento do Idoso, são acessadas por amis de 900 idosos e têm o objetivo de garantir um envelhecimento com dignidade e qualidade de vida.
O trabalho da Secretaria de Assistência Social de Pinhalzinho é robusto, técnico e acolhedor. Por trás de cada serviço, há equipes comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária — onde crianças, adolescentes, idosos, imigrantes e famílias inteiras encontram apoio, oportunidades e respeito.
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