Apesar da média estadual ser considerada baixa, região registra casos sucessivos de insetos vetores com patógenos dos enfezamentos

O Extremo-Oeste catarinense segue em estado de atenção diante da presença recorrente da cigarrinha-do-milho infectada com os patógenos dos enfezamentos. Embora a média estadual de insetos por armadilha seja inferior a sete — índice considerado baixo pela pesquisadora da Epagri/Cepaf, Maria Cristina Canale —, o levantamento mais recente do programa Monitora Milho SC indica aumento no número de cigarrinhas em algumas regiões e manutenção de níveis críticos no Oeste do Estado.

Entre os dias 27 de outubro e 3 de novembro, o monitoramento registrou crescimento populacional dos insetos em municípios como Rodeio, no Vale do Itajaí, e Braço do Norte, no Sul. No Extremo-Oeste, entretanto, a preocupação é maior devido à detecção consecutiva de cigarrinhas infectadas nas lavouras. Segundo Maria Cristina, o avanço do estágio vegetativo das plantações na região pode estar favorecendo o aumento da população do inseto.

A pesquisadora destaca que as lavouras catarinenses estão em diferentes fases, entre V5 e R5, e recomenda que os produtores adotem manejo inicial com inseticidas de contato e produtos biológicos, além de tratamentos sistêmicos para conter a multiplicação dos insetos dentro do ciclo da cultura. “É essencial que os agricultores façam o controle de forma integrada e regionalizada, para reduzir os riscos de disseminação dos patógenos”, reforça.

O programa Monitora Milho SC, criado em 2021, acompanha semanalmente 55 lavouras distribuídas pelo Estado e fornece informações atualizadas ao setor produtivo. A iniciativa é coordenada pela Epagri e reúne diversas entidades do agronegócio, consolidando-se como referência nacional no controle da cigarrinha-do-milho e dos enfezamentos que ameaçam a produtividade do milho em Santa Catarina.