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Economia

Malwee fecha fábrica em Blumenau e demite 300 funcionários

  • - Ilustração

Reflexo da crise econômica que afeta o país

A Malwee anunciou na manhã desta quinta-feira o encerramento de suas atividades em Blumenau. Todos os cerca de 300 funcionários, segundo a própria empresa, foram desligados. É mais um reflexo da crise econômica que afeta o país, em especial o setor têxtil. A produção da fábrica, que representa 3% do total do grupo, será absorvida por outras unidades da companhia de Jaraguá do Sul.

Funcionários chegaram normalmente para o trabalho quando foram chamados pela direção da empresa logo no início do primeiro turno, por volta de 5h, e comunicados da decisão. Para muitos deles a medida não surpreendeu, já que o volume de serviço - a unidade atuava na área costura - já tinha caído bastante nos últimos meses.

A auxiliar Katia Morgana Kreutz trabalhava na unidade há nove anos. Ela conta que o clima era de tristeza e desolação entre funcionários ao longo da manhã.

- Foram aguentando, aguentando. A gente viu que houve um esforço para manter (os empregos), mas com essa crise tá difícil. A Malwee foi a melhor empresa que já trabalhei em termos de reconhecimento. Sempre pagou em dia, sempre foram muito corretos - lamenta.

Em comunicado oficial, a Malwee informou que "todos os esforços da companha relacionados à redução de custo operacional" na unidade, entre eles enxugamento da estrutura e unificação de turnos, "não foram suficientes para manter sua operação".

A companhia também garante que a decisão não impacta no fornecimento de seus produtos aos seus clientes. "É uma medida de redução de custo operacional, diante de um mercado tradicionalmente competitivo e de um cenário político-econômico instável, aos quais (a empresa) precisa estar atenta para garantir sua perpetuidade", diz o comunicado.
 
A empresa ainda disse lamentar o impacto da decisão na vida dos agora ex-funcionários e garantiu que "honrará com todos os seus compromissos financeiros e legais para com todos os seus colaboradores". Uma equipe de orientação de recolocação de mercado ficará à disposição dos profissionais, informou a companhia.

Sindicato critica postura da empresa

O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau e Região (Sintrafite) criticou a decisão da Malwee. Em nota, alega que "em nenhum momento" foram repassadas informações sobre as demissões à entidade laboral, que ficou sabendo da medida apenas quando a empresa anunciou o fechamento da fábrica aos funcionários pela manhã.

"Foi uma surpresa para todos os trabalhadores que voltavam das férias coletivas de 30 dias hoje", diz a nota do Sintrafite.

Apesar da companhia ter comunicado que a decisão se deve a uma necessidade de reestruturação do negócio, em função da instabilidade econômica, o Sintrafite alega que "nada justifica a demissão em massa". 

"Foram 300 trabalhadores que não tiveram opção de uma negociação, apenas um comunicado, nenhum aviso prévio conforme estabelecido em nossa convenção coletiva. Agora serão famílias inteiras afetadas", critica o sindicato. "Os representantes da Malwee são os responsáveis pela crise na empresa, não é culpa dos trabalhadores", acrescenta o comunicado.

A entidade diz que vai acompanhar de perto o processo de indenizações das rescisões trabalhistas e convocou uma reunião com os trabalhadores para a próxima terça-feira, às 14h, na sede do sindicato.

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