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Clima

Estado enfrenta calor e população de Pinhalzinho já sente os impactos

  • Foto de Dewang Gupta na Unsplash -

A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina reitera a necessidade de acompanhar diariamente os avisos e boletins devido às constantes atualizações nos modelos de previsão do tempo.

Ao longo desta semana, Santa Catarina como um todo têm enfrentado uma forte onda de calor trazida pelos ventos do quadrante norte, que transportam ar quente da porção central do Brasil para o estado. Segundo a central de monitoramento da Secretaria da Proteção e Defesa Civil, as temperaturas máximas ultrapassaram os 30°C em grande parte do território catarinense, com regiões do Grande Oeste. No Litoral Sul as temperaturas chegaram aos 40°C. Além disso, as madrugadas também foram quentes, com mínimas que não caiam abaixo dos 20°C no interior do estado.


Os meteorologistas alertaram que a baixa umidade relativa do ar atingiria seus piores índices no período da tarde. Níveis abaixo de 30% em boa parte do estado, com o Oeste registrando valores abaixo de 20%. Esses fatores combinados representaram um risco elevado para a saúde da população.


A Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina emitiu um alerta de risco alto nas áreas classificadas em laranja no mapa de monitoramento. Nessas regiões, o calor excessivo e a baixa umidade do ar podem causar desidratação, insolação e agravamento de doenças cardiorrespiratórias, além de outros transtornos associados às condições climáticas severas. Já nas áreas em amarelo, o risco é considerado moderado, enquanto nas regiões marcadas em verde, o risco é baixo.


Desidratação: Em temperaturas elevadas, o corpo perde mais água através do suor, e o ar seco acelera a evaporação de líquidos. Isso pode levar à desidratação, que causa sintomas como sede intensa, boca seca, cansaço e tontura.

Golpe de calor (insolação): O calor extremo pode sobrecarregar o sistema de regulação térmica do corpo, resultando em insolação. Os sinais incluem pele quente e seca, confusão mental, batimento cardíaco acelerado, tontura e, em casos graves, perda de consciência. É uma emergência médica.

Problemas respiratórios: O ar seco pode irritar as vias aéreas, ressecar as mucosas e agravar condições como asma, bronquite e outras doenças respiratórias. A falta de umidade também facilita a inalação de partículas poluentes, piorando os sintomas de quem tem doenças pulmonares.


Além desses sintomas destacados acima, há outras condições que são intensificadas com as ondas de calor, a exemplo das alergias e irritações e demais problemas de pele, câimbras, fadiga e muita fraqueza. Tudo isso tem como proveniência a desidratação, a perda de eletrólitos, o excessivo calor e o ar seco.


Pinhalzinho, assim como outras cidades do estado, já sente os efeitos dessas condições climáticas extremas. Em uma caminhada pelo centro da cidade, moradores relataram as dificuldades enfrentadas. Elenir Parise, que caminhava pela Avenida Belém, disse que prefere o frio, tendo em vista que só neste início de calor sentiu muito cansaço à noite e falta de disposição para caminhar. Elenir ainda disse que com tamanho calor as atividades diárias não rendem. Segundo ela, a temperatura ideal é entre 28 ou 29 graus.

A pinhalense Vanda Luza relatou que o calor a deixa com muita preguiça de realizar algumas atividades como ir para a academia, por exemplo. “Sinto muita moleza, falta de vontade para fazer atividades físicas e muita indisposição. Prefiro mil vezes o calor”, disse.

Vanda ainda reiterou que com o calor intenso e a baixa umidade, inúmeros problemas de saúde já deram o ar da graça. O ar seco e o florescimento dos ipês no centro da cidade trouxeram a rinite alérgica e a dificuldade para respirar. A pinhalense ainda disse que sua filha têm enfrentado problemas com roncos, sintoma intensificado com o calor.


Diante dos problemas respiratórios enfrentados por muitos cidadãos, houve uma clara expectativa entre os entrevistados para a remoção das árvores dos canteiros da cidade, com o objetivo de prevenir complicações relacionadas. Embora a pinhalense Eduarda Rosa da Silva não tenha notado uma grande diferença com a chegada da onda de calor, ela observou que sua rinite alérgica tende a se intensificar na primavera, coincidindo com a florada dos ipês.


Os impactos nas lavouras

Um dos fatores afetados pelas temperaturas altas é o agronegócio, O grande calor afeta diretamente a saúde das plantas e a produtividade agrícola. De acordo com especialistas, o calor extremo pode causar estresse térmico, o que impacta profundamente a capacidade da planta crescer e se desenvolver adequadamente.


Assim como nos seres humanos, as altas temperaturas aumentam a transpiração, fazendo com que as plantas percam maior quantidade de água. Se o solo não for irrigado de maneira adequada, as plantas podem murchar, se desidratar ou até mesmo morrer. Aí entra outra questão: a queima das folhas e frutos. Esta é vítima da exposição prolongada ao sol forte e afeta profundamente o valor comercial e a aceitação no mercado.


Alguns especialistas alegam que algumas espécies de plantas dependem da polinização para produzir frutos, e o calor extremo pode desregular esse ciclo, afetando a reprodução dessas plantas. Entretanto, o técnico agrícola e ex-secretário de Agricultura de Pinhalzinho, Honorino Dalapossa, afirma que a região não teve uma seca a ponto de prejudicar a polinização, e deste modo, os pomares podem ser beneficiados com a produção do pólen.


O calor extremo e o clima seco, segundo Honorino e o agricultor de Pinhalzinho, Rogério Schneider, podem criar condições favoráveis para o surgimento de pragas e doenças nas lavouras. Especialistas afirmam que pulgões, ácaros e fungos prosperam nessas condições, afetando a saúde das plantas e aumentando os custos de controle.


Para mitigar os impactos do calor nas lavouras, técnicas como irrigação adequada, manejo de solo, uso de variedades resistentes ao calor e práticas de sombreamento são essenciais.

Publicado por Guilherme Detoni

Publicado por Guilherme Detoni

reportagemdetoni@gmail.com

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