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A trajetória do esporte pinhalense

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Conquistas, batalhas, emoções e um legado que inspira gerações

O esporte é uma das atividades mais importantes inseridas na história da humanidade. Ele carrega muita emoção, conquistas, derrotas, alegrias, tristezas, conforto, perdas, construção e acima de tudo, o companheirismo. O município de Pinhalzinho possui uma história muito rica dentro do esporte local, não é à toa, que até hoje levanta um grande público nas mais diversas competições.

            

Com uma população apaixonada pelo esporte, a Capital da Amizade revela muitos talentos. O futsal por exemplo, tem sido um grande destaque nos últimos anos, trazendo muitas conquistas à comunidade e reunindo muitas pessoas para prestigiar as competições. Em meio a paixões e rivalidades, as partidas carregam calor, emoção e muita torcida.

            

Para compreender melhor o contexto histórico do esporte em Pinhalzinho, o jornal Imprensa do Povo entrou em contato com o historiador do museu do município, Bruno Aranha, que durante um bom período, realizou pesquisas e estudou a história e a cultura que envolve o esporte local.

            

Bruno disse que a atividade lúdica é inerente em qualquer sociedade humana e, em Pinhalzinho, não foi diferente. “Desde o período dos indígenas kaingangs e, mais tarde, com os caboclos, ambos os grupos sociais praticavam algum tipo de atividade desportiva”, relatou.

            

Segundo o historiador, no caso dos indígenas, as atividades corporais eram rituais para agradecer os deuses, enquanto que os caboclos oriundos do Rio Grande do Sul trouxeram as carreiradas (ou carreiras), também praticada pelos gaúchos de origem europeia, que chegaram em Pinhalzinho a partir da década de 1930.

            

“Entretanto, assim como em todo o país, foi o futebol que se tornou a prática desportiva mais popular entre os pinhalenses. Durante os anos 1950, ainda no período em que Pinhalzinho era distrito de São Carlos, a equipe do Esperança já se colocava como o principal time da cidade”, resgatou Bruno.

           


Bruno fala dos esportes mais popularizados ao longo do tempo

“Os registros históricos indicam que as carreiradas tiveram bastante apelo popular a partir dos anos 1930, período em que a Empresa Colonizadora Sul Brasil se instalou por aqui. Mas não demorou muito para o futebol assumir o protagonismo, já que se trata de um esporte mais democrático. Basta usar uma bola e improvisar um campo e o jogo acontece”, afirmou.

            

Vale lembrar que, segundo Bruno, em 1971 ocorreu a primeira partida de futebol feminino em Pinhalzinho, no antigo Estádio dos Pinheirinhos, disputada entre as estudantes da Escola José Marcolino Eckert e uma equipe do município de Modelo.

            

“A partir de 1980, com a inauguração do Ginásio Municipal Neuro Isidoro Bugnotto, o futsal e o vôlei foram se tornando cada vez mais populares. Naquele período, ter um ginásio era considerado um status para o município. Daí vem a importância de o poder público fomentar o esporte através da construção de locais adequados para a prática esportiva”, argumenta Bruno.

            

Bruno ainda lembrou que, durante esse período, as equipes de futsal e de vôlei da Comissão Municipal de Esportes de Pinhalzinho (CME), resultado de uma lei municipal de incentivo ao esporte de 1975, tiveram bons desempenhos em torneios regionais e jogos abertos pelo Estado de Santa Catarina.

           

Os times que não morrem

Ao longo dessa grande história, vários times se formaram e permanecem firmes no município e região. Segundo o historiador Bruno Aranha, o Esperança é considerado o pioneiro na cidade.

            

“Pode não ter sido o primeiro, já que inúmeras equipes foram formadas e dissolvidas, mas foi o primeiro que teve uma maior relevância e que deixou registros que podemos conferir hoje no Museu Histórico de Pinhalzinho. Muitas informações sobre as equipes da cidade nós pudemos apurar com o historiador Dirceu Suzin, um dos grandes responsáveis pela preservação da memória esportiva de Pinhalzinho. Uma parte dos jogadores do Esperança acabou fundando o Grêmio Recreativo Pinhalense na década de 1960, e que acabou se tornando a principal equipe da cidade naquele período. Nos anos 1970 tornou-se Associação Pinhalense de Futebol”, explica.

            

É interessante pensar que o desenvolvimento do esporte em Pinhalzinho não deixa de estar atrelado às questões políticas e econômicas. Aranha disse que a sociedade pinhalense vivia um período de Ditadura Militar nos anos 1960 e o cenário político estava polarizado entre o partido governista, Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a oposição que foi toda unificada em torno do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

            

“Alguns membros do MDB pinhalense, inspirados no Inter de Porto Alegre, fundaram a Associação Sport Clube Internacional de Pinhalzinho em 1969, que logo se tornou uma potência local, sendo campeão municipal logo em 1971. O vice campeão daquele ano, foi a equipe da Madeireira Bugnotto, o que reflete o quanto a exploração madeireira, principal atividade econômica daquele período, influenciou no esporte, no sentido de financiar boas equipes”, conta Aranha.

            

Bruno, em meio a esse grande resgate histórico, revelou mais um grande destaque da história esportiva de Pinhalzinho. Conforme informações repassadas pelo historiador, em 1976 surgia o que viria ser a principal equipe de futebol de Pinhalzinho até os dias atuais: a Associação Juvenil Atlética Pinhalense, popularmente conhecida por AJAP.

            

“Sua fundação foi resultado da união de um grupo de estudantes de Ensino Médio que jogava pelos campinhos da cidade. Já no ano seguinte, a equipe foi campeã municipal e até hoje mantém o recorde de dez conquistas deste certame. Atualmente a AJAP possui uma equipe feminina bastante competitiva, recentemente foram campeãs do Campeonato Regional da Liga Maravilhense”.

            

Para Bruno, o futebol não ficou restrito apenas à sede urbana de Pinhalzinho, e por isso, é importante ressaltar também as várias equipes do interior do município, verdadeiras representantes da identidade dos seus moradores. “O Esporte Clube Grêmio da linha Santa Lúcia foi o campeão do primeiro municipal, disputado em 1968 e até hoje segue sendo uma das principais equipes do município. Assim como o Esporte Clube 13 de Maio, da linha Volta Grande. Recentemente, o Museu Histórico de Pinhalzinho fez um resgate da história desta região, mencionando a equipe de 1982”, ressaiu.

            

Você deve estar se perguntando, “e a Pinhalense Futsal”? Exatamente, desde os tempos da CME que o futsal é forte em Pinhalzinho. Bruno destacou que em 2017, com o objetivo de resgatar essa tradição, foi criada a Pinhalense Futsal, sucessora da Associação Pinhalense de Esportes de Base (APEB). Com isso, retomou-se toda uma tradição do público prestigiar e lotar o ginásio da cidade.

            

“Desde 2015, o futsal feminino é representado pela Associação Pinhalense de Futsal Feminino (APEFF). A equipe disputa tanto campeonatos de categoria de base, como de nível adulto”.

           

Eventos e atletas que marcaram história

No futebol de campo, o primeiro evento que marcou destaque na verdade não foi um título, mas sim o vice-campeonato da Copa Arizona de 1978, conquistado pela AJAP. “Foi a primeira vez que uma equipe do Oeste chegou a disputar a final da fase estadual, que naquela ocasião foi realizada na cidade de Palhoça, região metropolitana de Florianópolis. Outro importante título, também conquistado pelo AJAP, foi a fase regional Oeste da Copa RBS de 1993. Ultimamente, está viva na memória da população as conquistas dos títulos catarinenses da Pinhalense Futsal em 2002, 2008 e 2020”, enalteceu Bruno.

            

A longo dessa linda história dentro do esporte pinhelense, vários atletas se destacaram dentro do cenário, mas historicamente falando, o jogador de maior relevância a nível nacional e internacional, foi Yan Cleiton de Lima Razera, filho do ex-prefeito de Pinhalzinho, Clênio José Razera.

            

“Yan jogou no Vasco, Flamengo, Grêmio e Inter de Porto Alegre. Também foi campeão mundial sub-20 (Gana) pela Seleção Brasileira em 1993 na Austrália, marcando o primeiro gol da final vencida por 2x1 sobre a seleção”, ressaltou o historiador.

           

A infraestrutura esportiva de Pinhalzinho

Como você acompanhou no decorrer da reportagem, várias estruturas destinadas às modalidades surgiram ao longo dos anos, fomentando ainda mais o esporte local. Atualmente, o município possui ginásios públicos para a prática de futsal, vôlei e basquete, tanto no centro da cidade (Ginásio Centreventos e Ginásio Neuro Izidoro Bugnotto), como nos bairros (Ginásio Bairro Pioneiro, Ginásio Bairro Nova Divinéia, Ginásio Bairro Bela Vista, Ginásio Bairro Jardim Maria Terezinha e o recém-inaugurado, o Ginásio Bairro Primavera). “O Internacional possui seu ginásio particular no bairro São José”.

            

Bruno ainda fez questão de enaltecer os campos públicos de futebol, que reúnem grande público durante os eventos esportivos. “Estre eles estão o Estádio Municipal e os campos das linhas Anta Gorda, Riqueza, Pio X, Santa Lúcia, Tiradentes, Navegantes, Machado e Volta Grande. O AJAP possui seu estádio particular localizado no Bairro Pioneiro”.

            

Bruno Aranha ainda disse que para as disputas de futebol suíço, existem campos particulares, como o do Sítio Volta Grande, Sede RCO, Sede Worma, Sede Nei Galiazzi, Parceria, Sede AABB e SER AJAP.

            

“Para a práticas de esportes de areia (futebol e vôlei) existem as quadras particulares de areia na AABB e no Pinhal Piscina Clube. Ainda este ano, serão inauguradas três quadras de areia junto ao Estádio Municipal”, completou.

            

Ao desenvolvimento municipal e regional, o esporte de Pinhalzinho foi um divisor de águas, uma vez que, muito além de conquistas, ganhou força em todo o Estado, reuniu grandes torcidas, causando grandes emoções e construindo uma verdadeira identidade. O esporte da região não beneficiou somente aos atletas, que permaneciam ativos fisicamente, mas também às famílias, amigos e às grandes torcidas, que estimulavam a união e o espírito da esperança.

            

Pinhalzinho sempre foi uma grande referência na região, quando o assunto é esporte e campeonatos de muita emoção. As figuras que são levadas na história são exemplos de luta e dedicação. Muita mais que emoção, as partidas, das mais diversas modalidades, são exemplos de orgulho dos torcedores. O tempo passou, novas equipes surgiram, outras se desenvolveram, mas o legado sempre será lembrado por gerações.


Esta reportagem faz parte de um grande resgate histórico realizado pelo historiador Bruno Aranha e sua equipe do Museu Histórico de Pinhalzinho. Após uma solicitação especial do jornal Imprensa do Povo, por meio da Prefeitura de Pinhalzinho, a equipe do museu se mobilizou e, durante o mês passado, apurou informações relevantes à história esportiva pinhalense.


Por Guilherme Detoni

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reportagemdetoni@gmail.com

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