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Abril Verde: conscientização para prevenção de acidentes de trabalho

  • Imprensa do Povo -

Entre as cores de conscientização atribuídas a abril está o verde, que simboliza uma campanha de prevenção de acidentes de trabalho. Isso porque, desde 2003, 28 de abril passou a ser o Dia Mundial da Segurança e Saúde do Trabalho. A data foi estabelecida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em memória a um grave acidente que provocou a morte de 78 trabalhadores e que ocorreu em 1969 em Virgínia, nos Estados Unidos. Posteriormente, a partir de 2005, o Brasil instituiu o mesmo dia como Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

Assim, profissionais da área buscam reforçar a conscientização neste mês ao trazer reflexões sobre o assunto, visando a melhoria da segurança e do bem-estar do trabalhador em seu ambiente laboral. Técnico em segurança do trabalho há 25 anos, Nelson Antonio Galeazzi, de Pinhalzinho, destaca que, para evitar qualquer tipo de doença ou acidente ocupacional, a chave é a prevenção, tanto da parte do empregador quanto do trabalhador.

 "O melhor que você pode fazer para evitar problemas é a prevenção. Fazer sempre certinho os exames adequados na hora da admissão, fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os treinamentos, cobrar que o trabalhador use os EPIs de maneira correta e, ao trabalhador, cabe seguir todas essas orientações, porque o maior beneficiado é ele", destaca Nelson.

Segundo ele, a prevenção começa na hora do exame admissional, quando é importante que o pedido do médico quanto a exames seja atendido. "Quem está indo atrás do emprego não tem como pagar, mas cabe ao empregador se precaver disso e custear os exames para que ele tenha um trabalhador sadio, de forma a prevenir doenças e acidentes de trabalho".

Na empresa, os EPIs fornecidos devem ser os recomendados pelo técnico de segurança do trabalho. Ao oferecer um equipamento de proteção inferior para não pesar no bolso, o empresário pode ter que lidar com as consequências de um acidente de trabalho, e o que era para ser uma economia vai sair bem mais caro. Além disso, também não adianta fornecer o EPI ideal e não fiscalizar o uso.

"O técnico de segurança no trabalho precisa cobrar o uso dos EPIs. Mas tem acontecido que o técnico vai fazer a inspeção, e quando eles veem o técnico chegando, eles se preparam e esperam paramentados. Aí você vira as costas e os funcionários tiram os EPIs e o encarregado não dá atenção, e isso é falha da empresa, é uma condição insegura. Então temos o ato inseguro, que é quando o trabalhador não usa os EPIs, e a condição insegura, que é quando a empresa não fiscaliza e não cobra o uso correto do EPIs", explica, acrescentando que o funcionário pode ser demitido por justa causa se receber orientação e EPIs e, ainda assim, ser resistente para utilizar.

Conforme Nelson, mais de 50% dos acidentes de trabalho graves (sequelas ou óbitos) ocorrem no ramo da construção civil, além dos casos na indústria, como prensagem e cortes nos membros superiores e inferiores, por exemplo. Ele frisa que todos os casos de acidente de trabalho, leves ou graves, devem gerar a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

Causas

Quando se fala nas principais causas dos acidentes de trabalho, Nelson é enfático: "Não existe acaso, alguma coisa saiu errado: ou é a ferramenta inadequada ou é o local que não foi bem analisado antes de começar a trabalhar. A não ser que a pessoa está trabalhando e cai um fio elétrico, uma árvore, do nada, pode acontecer, mas é menos de 5%. A maioria dos acidentes ou é ato inseguro ou é condição insegura".

No caso de o funcionário ser atingido por alguma coisa que caiu do teto, por exemplo, vale analisar se, ao invés de acaso ou "azar", não é questão de falta de manutenção. "A manutenção é a alma da empresa. Às vezes o barracão está lá há mais de 20 anos e não é feita revisão na instalação elétrica, nos hidrantes, na estrutura, não é feita a prevenção nesse sentido. Manutenção e fazer os treinamentos tem que ser todo ano para estar preparado para uma situação adversa. Se ocorrer um incêndio, por exemplo, não adianta ter saídas de emergência e hidrantes se os funcionários não sabem para onde devem ir e o hidrante não funcionar".

A manutenção também está em detalhes no dia a dia e que podem gerar graves acidentes. "A própria fiação da máquina deve passar por manutenção. Tem algumas que tem um cabo comprido e esses cabos aquecem e esfriam e racham. Aí vão emendando e fica aquelas bolotas de fios, de fita, só que no contato com a água isso dá choque elétrico. Nesse caso, mesmo que o trabalhador esteja com EPI ele pode levar choque elétrico por falta de manutenção adequada".

Resultados

Em todos esses anos que atua no ramo, Nelson afirma que as empresas têm se preocupado mais com a segurança e saúde do trabalho. "Tem melhorado bastante. Para a empresa, um acidente custa muito caro. Além da perda de um trabalhador já treinado, vai ter que contratar outro, e até ser um bom profissional já vai estar perdendo. E se ele chegar a falecer ou desenvolver uma doença ocupacional e ser afastado da empresa, é analisado o que a empresa fez para a prevenir isso. E o TRF-4, em Porto Alegre, tem dado ganho de causa para o trabalhador em muitos casos nesse sentido. A segurança e a medicina do trabalho melhoraram bastante na nossa região, mas ainda é preciso evoluir mais".

Para finalizar, Nelson reforça que quem ganha mais com a segurança no trabalho é o próprio trabalhador. "Eu gosto de ser técnico em segurança do trabalho, prevenir acidentes e doenças no trabalho, ajudar um trabalhador a se prevenir é muito bom. Quando você diz para ele que o EPI é para a saúde dele, que o único que ganha é ele, ele usa com prazer. Porque se não usar vai estar se prejudicando. Se sofrer acidente, ele quem vai ter as consequências na saúde e no bem-estar. A longo prazo, quando chegar na hora de se aposentar, não vai estar com saúde para aproveitar a família e usufruir o dinheiro da aposentadoria".


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