A estimulação precoce consiste em um conjunto dinâmico de atividades, de recursos humanos e incentivadores que são destinados a proporcionar à criança nos seus primeiros anos de vida experiências significativas para alcançar o pleno desenvolvimento no seu processo evolutivo.

Segundo as diretrizes dos centros de atendimento educacional especializados em educação especial (FCEE, p. 45, 2020), "O Programa de Estimulação Precoce trata-se de ação coordenada por uma equipe multiprofissional que envolve uma abordagem interdisciplinar, desenvolvendo ações nucleares e extensivas nos diferentes níveis de prevenção e reabilitação, articulando aspectos educacionais e terapêuticos".

Nas turmas de Estimulação Precoce do Centro de Atendimento Educacional Especializado em Educação Especial (CAESP) Professora Ivone, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Pinhalzinho, atualmente são atendidas 47 crianças na faixa etária de 0 a 5 anos e 11 meses, que apresentam Atraso Global do Desenvolvimento.

Estas turmas têm como objetivo o desenvolvimento integral dos aspectos físicos, cognitivos, psicológicos, sociais e culturais priorizando a construção harmônica do desenvolvimento da primeira infância. As atividades realizadas nestas turmas têm como objetivo a estimulação de habilidades cognitivas e motoras através do lúdico, para facilitar a aprendizagem, explorando o desenvolvimento de atividades pertinentes ao exercício da curiosidade, criatividade e da imaginação de cada educando. O trabalho desenvolvido visa superar o Atraso Global do Desenvolvimento, melhorando sua qualidade de vida e aprendizado.

Para frequentar o Serviço de Estimulação Precoce, é realizada uma avaliação pela equipe multiprofissional, na qual o histórico da criança e da família é analisado nos diversos setores técnicos da instituição através de uma triagem e estudo do desenvolvimento global do sujeito em questão.

Após o término da avaliação é realizada uma discussão com os profissionais que avaliaram para estudo de caso e, em seguida, faz-se uma devolutiva aos pais e escola propondo medidas interventivas dentro de uma hipótese diagnóstica, com o objetivo de oferecer condições e possibilidades para que a criança adquira o desenvolvimento dentro do esperado para sua faixa etária.

Na organização didático-pedagógica, os procedimentos de intervenção são realizados pela equipe multiprofissional composta por pedagogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicóloga e assiste social. Os procedimentos de intervenção serão organizados de acordo com as individualidades e necessidades de cada criança, sendo que a família é parte integrante deste programa e recebe orientações para dar continuidade aos procedimentos de intervenção em seus lares.

O planejamento ocorre juntamente com a equipe multiprofissional, onde utiliza-se o Guia Portage de Educação Pré-escolar como principal instrumento de avaliação, acompanhamento e intervenção das habilidades em cinco áreas do desenvolvimento infantil, sendo socialização, linguagem, cognição, autocuidados e motricidade, norteando a elaboração de um Plano de Atendimento Individualizado, procurando respeitar e valorizar o ritmo e as necessidades individuais de cada criança. Ressalta-se que é repassado para os familiares ou responsáveis um parecer descritivo ao final do ano letivo.

As crianças que atingirem os objetivos do programa de estimulação serão desligadas da instituição, sendo que o período máximo para chegar aos objetivos propostos é até a criança atingir 6 anos, após este período a criança passará por reavaliação e atualização diagnóstica, podendo, assim, ser encaminhada para outros atendimentos.

Destaca-se que os profissionais que atuam nesse serviço precisam estar atentos às reações, aos comportamentos e às respostas das crianças, pois detalhes sutis são muito importantes e fazem muita diferença na intervenção precoce.

Conteúdo produzido por Gessi Ines Rachor Lubenow, Marinete Juchem e Simone Simone Spier Juwer, equipe de apoio pedagógico do Caesp Professora Ivone, da Apae de Pinhalzinho