Desde que o ponto de ônibus em frente à residência dos Kaminski foi instalado, há mais de dez anos, a família o mantém limpo e bem cuidado, revitalizando anualmente a pintura tradicionalmente branca. Na última semana, ao fazer os reparos na propriedade, que fica na linha Santa Lúcia, interior de Pinhalzinho, Luciane e a filha Thainá, de 10 anos, novamente foram pintar o abrigo, mas, dessa vez, ele ganhou decoração.

"Eu disse para ela pegar umas tintas que tinha em casa e fazer uns desenhos. Ela começou fazendo o desenho a lápis e começou a pintar. No outro dia veio uma amiga dela, a Brenda, e elas continuaram. Era uma sexta-feira chuvosa e mesmo assim elas ficaram o dia todo desenhando e pintando. Algumas tintas comprei porque elas queriam cores diferentes, mas tudo foi elas que criaram e pintaram", conta Luciane.

Abusando da criatividade, Tainá, que estuda no quinto ano da EEB José Marcolino Eckert, e Brenda Matozo Hesppa, de 12 anos, aluna do sétimo ano da EEB Vendelino Junges, desenharam elementos da natureza no ponto de ônibus e gostaram da experiência. "Acho que tem que preservar um pouco mais, cuidar, não jogar lixo, essas coisas, precisamos cuidar do que é nosso", disse Brenda.

Quando o trabalho ficou pronto, a mãe postou em sua rede social o resultado da dedicação da filha e da amiga. Sem esperar, recebeu o contato do secretário municipal de Finanças, Wanderlei Borba, que elogiou a iniciativa da família ao cuidar do patrimônio público. "A gente nem imaginava a repercussão porque sempre ensinamos que tem que cuidar, independente se for da gente ou dos outros. Tem muitos casos em que as pessoas acabam destruindo o que é público, mas nós temos a obrigação de manter o que a Prefeitura nos proporcionou, então foi essa a questão da pintura, pelo cuidado", destaca.

O pai de Thainá, que também acompanhou todo o processo, disse que o sentimento é de orgulho ao ver a filha se dedicar na tarefa e cuidar do que é de todos. "A gente motiva elas a fazer esse tipo de coisa para que, futuramente, elas sejam as pessoas que estimulem a repassar isso para frente. A gente vê muita cobrança para os políticos e para o poder público e isso é muito válido, tem que haver, só que quando a gente recebe um benefício a gente tem que dar uma contrapartida, e o mínimo que a gente tem que fazer é preservar, manter do jeito que está ou tentar melhorar e, quando consegue isso, a gente se sente muito orgulhoso", afirmou Gelson.