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EM FOCO: Museu Histórico se aproxima da comunidade
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Guilherme Detoni, jornal Imprensa do Povo -
Uma equipe muito qualificada vem desemparedando a história de uma maneira diferenciada e atraente
A história do município de Pinhalzinho têm sido um destaque regional nos últimos dias. O Museu Histórico vem desenvolvendo várias atividades e trabalhos que atraem a população a conhecer melhor os fatos que construíram esse futuro próspero da cidade e demais regiões do Oeste catarinense. A Prefeitura de Pinhalzinho busca aproximar o museu e a história com a comunidade.
Desde a chegada da nova equipe, muitas pessoas têm se interessado pelas alusões históricas, que são apresentadas de maneira diferente pelos profissionais. O Museu Histórico de Pinhalzinho passa a ser um dos focos e destaques do noticiário local.
A equipe é composta pela pedagoga Ivanete Gomes e pelo historiador Bruno Aranha, que ingressaram em janeiro de 2023. Ainda, a estagiária em pedagogia, Simeia Mello já atuava desde outubro de 2022, fazendo parte desse trabalho. O historiador Bruno contou que mesmo nesse processo de transição, no qual o museu será realocado no Centro Cultural do Parque da Olaria, a equipe busca ações que divulguem a história de Pinhalzinho.
“Tanto pelas redes sociais, como através de nossos projetos de extensão que estão levando o museu até as escolas, faculdades e demais instituições de Pinhalzinho. E o fato de estarmos alocados na FMEC facilita o nosso trabalho junto ao esporte, realizando conexões entre as disputas desportivas atuais e o resgate da memória do esporte local”, disse Bruno. O resultado disso é muito significativo, já que os depoimentos são muito positivos.
O museu tem aproximado a instituição da comunidade como um todo, uma vez que o trabalho diz respeito às próprias pessoas que dela fazem parte.
“Aqui fomentamos a pesquisa e a salvaguarda da memória e do patrimônio cultural regional. De modo a ampliar o leque, também é importante a realização de ações de divulgação do museu a nível nacional e internacional, afinal, é uma maneira de divulgar o município na maior quantidade de lugares possíveis”, avalia o historiador.
Para Bruno, é importante que as pessoas compreendam mais o lugar em que vivem e entendam as estruturas culturais, econômicas e sociais da sociedade local.
“O processo histórico da formação de Pinhalzinho é bastante recente. E essa história continua sendo escrita aqui e agora. Se na metade do século passado chegaram aqui as ondas de migração provenientes do Rio Grande do Sul, nos dias atuais continuam chegando pessoas de outras partes do Brasil e também do exterior, como é o caso da comunidade venezuelana. É importante estudar a história para termos essa percepção da sociedade pinhalense como uma comunidade formada por pessoas das mais variadas origens. Eu mesmo, que vim de São Paulo, me coloco nesse bonde da história”, refletiu.
De que forma a equipe está resgatando a história regional?
Bruno afirmou que no Museu Histórico de Pinhalzinho há uma série de pesquisas produzidas a respeito da história regional. “Temos consultado esse acervo para produzir nossos textos de divulgação. Além disso, existe um trabalho constante de pesquisa bibliográfica e documental para a escrita dos nossos textos”, explica.
“Também contamos com a colaboração das próprias pessoas de Pinhalzinho que nos estão cedendo material. Cabe lembrar que a fundação do museu em 1988 foi fruto da ação da própria população que reuniu objetos que compõem o nosso acervo até hoje”, argumenta.
Os novos marcos e destaques
O local tem recebido inúmeros estudantes da região, o que segundo Bruno, é um trabalho muito prazeroso para toda a equipe. “No caso das crianças do Ensino Fundamental, está sendo de muita importância a assessoria pedagógica de Ivanete e da Simeia. Elas fazem a mediação com o trabalho realizado pelo historiador.
O museu vem realizando ações junto às escolas estaduais de Pinhalzinho, levando exposições itinerantes até eles e também trazendo algumas turmas para o museu.
Nesse mês de maio, a equipe estará participando da 21ª Semana Nacional de Museus, um evento de nível nacional, no qual Pinhalzinho participa com projetos de extensão atrelados ao tema transversal do evento que é: "Museus, sustentabilidade e bem-estar".
“Também vale destacar os convênios interinstitucionais que estivemos concretizando nesses primeiros meses do ano. Por estarmos em uma região de fronteira com a Argentina, um dos nossos objetivos é justamente o de ampliar o escopo de uma história regional para um campo realmente transnacional, já que existe uma história em comum entre a nossa região Oeste e a província de Misiones, na Argentina. Nesse sentido, estabelecemos um convênio com o museu argentino Aníbal Cambas, o qual nos cedeu uma documentação que abrange o período em que nossa região era pretendida como parte do território argentino. No segundo semestre estaremos nesse museu e também no Instituto Montoya, mais uma instituição conveniada, para apresentar o nosso acervo a as pesquisas que são desenvolvidas aqui”, revelou o profissional.
O público do museu não se restringe apenas aos visitantes. O museu também atende aos pesquisadores das universidades. Além disso, existe um público que interage bastante com as redes sociais.
“É uma maneira de interagir à distância, não só com as pessoas de Pinhalzinho, como outras oriundas de qualquer lugar do mundo, principalmente as que possuem raízes aqui e buscam essa interação no sentido nostálgico e também de matar as saudades da terra natal”.
Atualmente, a nível regional, Pinhalzinho é uma centralidade na região, tendo uma população rotativa oriunda de vários municípios nas redondezas. A história, segundo Bruno, mostra que isso não é por acaso, já que a cidade já era um importante entreposto comercial em meados do século passado. A atividade madeireira, carro chefe da economia local naqueles tempos, ligava Pinhalzinho a uma extensa rede comercial que ia até Buenos Aires, na Argentina.
“Interessante pensar nisso, como a região era mais conectada com o país vizinho do que com outras áreas de Santa Catarina e do resto do país. Isso se devia às distâncias e a precária comunicação terrestre com a costa brasileira. Sendo assim, o único caminho viável para comunicações era o rio Uruguai, uma verdadeira “estrada fluvial” que conecta a nossa região com o Rio Grande do Sul e com a Argentina”, completou.
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