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Especialista analisa cenário do AGRO para 2022

  • Arquivo Pessoal -

A balança comercial do agronegócio registrou valor recorde no mês de agosto no Brasil, motivada principalmente, pela alta dos preços internacionais das commodities exportadas pelo país. O valor exportado foi de US$ 10,90 bilhões, cifra 26,7% superior aos US$ 8,60 bilhões exportados no mesmo mês de 2020.

Soja

O complexo soja (em grãos, farelo e óleo), principal setor exportador do agronegócio brasileiro, atingiu divisas de US$ 4,02 bilhões, o que significou incremento de 53,6% em relação aos US$ 2,62 bilhões exportados em agosto de 2020.

O aumento do volume exportado de soja em grãos e a forte elevação dos preços internacionais resultaram em US$ 3,14 bilhões de exportações em agosto de 2021 (+52,5%).

A oferta da oleaginosa foi recorde na safra brasileira 2020/2021, com 136 milhões de toneladas de soja, incremento de 8,9%, favorecendo a capacidade de exportação, de acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de toneladas (6,9%).

Carnes

As vendas externas de carnes somaram US$ 2,09 bilhões (+40,5%), marca inédita para o mês de agosto desde o início da série histórica em 1997. Os preços médios de exportação das carnes subiram (+34,8%), assim como houve expansão no volume das vendas externas (+4,2%). O resultado está relacionado à oferta, demanda e custos da produção mundial, aponta o estudo da SCRI.

A carne bovina, principal proteína animal exportada pelo país, totalizou US$ 1,17 bilhão em agosto de 2021 (+55,6%), com alta no preço médio exportado de 41,3%). Os volumes cresceram 10,1%, segundo os analistas da Secretaria. A China aumentou as aquisições do produto in natura de US$ 325,18 milhões em agosto de 2020 para US$ 633,15 milhões em agosto de 2021 (+94,7%). Em volume, foram 105,86 mil toneladas (+35,3%).

As exportações de carne de frango chegaram a US$ 663,55 milhões (+35,2%). Houve elevação na quantidade exportada em 3,8% e incremento do preço médio de exportação em 30,3%.

Expectativas para o setor em 2022

A economia brasileira depende em grande parte do agronegócio. O setor é um dos pilares de sustentação do país, que é um dos maiores players do mercado mundial,

Tendências para o setor em 2022

Joao Batista Schneiders, administrador com especialização em Gestão de Pessoas e Cooperativismo e professor do curso de pós-graduação em Gestão de Cooperativas da Horus Faculdades de Pinhalzinho, avaliou as tendências do mercado AGRO em 2022, nessa reportagem especial sobre o assunto.

Entre os destaques para o cenário, condições favoráveis assinalam para uma expansão, principalmente em relação as três principais commodities produzidas no país, a soja, o milho e o trigo. Projeta-se para o ano que vem, manutenção dos preços dos alimentos em patamares ainda mais elevados, principalmente sobre às carnes,(ou seja, consumidor continuará pagando mais caro para ter acesso ao produto) e haverá um aumento nos custos de produção, principalmente do milho, relacionado a queda de fabricação de fertilizantes na China que enfrenta uma grave crise energética.

"Quando a gente tem uma pressão de elevação de custos e os preços mais ou menos ficam estabilizados, naturalmente nós temos que apelar pela qualidade e para a produtividade". Disse.

Como deve comportar-se o AGRO em 2022 e quais são as tendências nesse segmento?

Falar de mercado sempre é uma loteria, porque a regra do mercado chama-se oferta e procura. Isso é histórico, sempre foi assim e deve continuar por longos tempos.

Os produtores continuarão apostando na produção de soja, milho e trigo?

Em relação a situação das tendências principalmente em relação as três commodities do Brasil, que é a soja, o milho e o trigo, a procura pelo plantio, por áreas plantadas é muito grande, tanto é que os créditos disponibilizados pelo Governo Federal para o plantio, para a safra, todos eles foram tomados em curto espaço de tempo, assim como também os investimentos em áreas de armazenamento. Isso mostra que as pessoas estão acreditando, que as pessoas estão apostando e que provavelmente teremos um aumento de área plantada também em função da última safra ter tido alguns problemas, pelos fatores climáticos. Estamos sentindo no meio rural, uma motivação muito grande. Eu quero fazer um registro aqui especialmente voltado ao trigo, que passou a ser uma alternativa também para o uso de ração animal, coisa que no passado não tínhamos experimentado e também não era praxe fazer isso. O nosso estado é muito deficitário na produção de cereais, especialmente o milho e por isso nós precisamos achar outras alternativas, uma delas é incentivar o plantio da safrinha e a outra é incentivar o uso do trigo, começar a usar o trigo como fonte para a ração animal.

Qual a tendência para as exportações no setor de grãos?

Em relação a exportação eu acredito que o mercado externo que hoje é uma realidade, deve crescer ainda mais, uma vez que nós temos um potencial enorme na área do AGRO a nível de Brasil. Basta lembrar que a mais de uma década, quase duas, a balança comercial no Brasil está sendo comandada e está equilibrada, tendo superávit graças ao agronegócio brasileiro que vai muito bem. Temos condições e somos um dos poucos países a nível mundial que tem áreas disponíveis para crescimento e um potencial enorme para aumentar a produtividade. Tudo isso é um fato a nosso favor porque são poucas as áreas disponíveis em nível mundial para aumento de área plantada e nós temos essa disponibilidade, naturalmente que dependemos sempre de políticas agrícolas e dependemos do fator clima, que é fundamental.

Sobre a tendência para o preço das carnes, quais são as projeções de mercado para 2022? (Para suínos, frangos e bovinos)

Com relação a carnes, tanto de suínos, frangos e bovinos, a tendência é que se mantem o nível de preços e até pode haver um pequeno incremento, porque o mundo demanda de necessidade de comida, todos nós precisamos ter alimento e comida na mesa, então, produzir alimentos, produzir carnes, produzir derivados de leite sempre haverá de ser um bom negócio daqui para frente. A gente sabe que existe uma seleção, estamos diante de uma situação de escala de produção aonde o grande desafio hoje é conseguir produzir grandes volumes, grandes quantidades em áreas concentradas e isso naturalmente cria um aspecto de filtrar, ou então de excluir produtores menores que não conseguem acompanhar essa evolução. Lembro que nós temos um sistema cooperativo e os órgãos governamentais que estão trabalhando muito no sentido de não excluir ninguém, mas sim, dar oportunidade para que todos possam estar juntos na produção e contribuir para o crescimento e desenvolvimento a nível nacional e internacional. Nós sabemos que o produtor tem uma missão sublime que é produzir alimentos, colocar comida na mesa de todas as pessoas a nível mundial, então o desafio é grande e o negócio de produzir alimentos nunca vai sair da moda, pelo contrário, ele será uma crescente pela necessidade e na medida que a população aumenta a demanda também vai crescer.

Ovos: quais são as perspectivas para o setor em 2022? (O brasileiro deve consumir 265 unidades neste ano, o que representa uma elevação de 6% frente ao ano passado, segundo a ABPA)

Com o aquecimento dos preços de carnes, o ovo, e até pelas suas particularidades nutritivas, ele tem sido uma alternativa na inclusão da alimentação no prato do dia- a- dia dos brasileiros e das pessoas a nível mundial, então ele já teve um crescimento, houve um aumento expressivo no consumo "per capita" a nível brasileiro, e eu tenho acompanhado as estatísticas e as previsões futuras, há uma projeção de crescimento, com isso naturalmente também as granjas produtoras de ovos, tem uma tendência de mercado aquecido, crescente e que deve ter um ter um retorno financeiro expressivo na manutenção das propriedades.

De que maneira a crise energética enfrentada pela China e pela Europa pode influenciar o Brasil?

Então de uma forma geral nós temos algumas questões que precisam ser mencionadas, especialmente a crise energética que hoje enfrenta a Europa e a China, muitos são conhecedores e nós sabemos que existem fábricas de insumos, de fertilizantes, que não estão com a sua produção integral, por causa de problemas de energia elétrica. Tem fábricas que estão paradas por horas e até por dias, porque não tem energia elétrica. Isso causa falta de insumos, defensivos de uma forma geral a nível mundial. E o que isso provoca? Aumento nos preços, naturalmente quando há falta de produtos os preços disparam e é o caso que nós estamos sentindo neste momento a nível de mercado nacional, aonde nós sentimos que muitos insumos, adubos, ureia, dobraram e até triplicaram de preço, e isso vai elevar os custos de produção. Quando a gente tem uma pressão de elevação de custos e os preços mais ou menos ficam estabilizados, naturalmente nós temos que apelar pela qualidade e para a produtividade e nisso o nosso produtor brasileiro, as nossas cooperativas, as nossas empresas do AGRO de uma forma geral, as nossas agroindústrias, elas tem uma base muito boa, uma eficiência extraordinária e eu tenho certeza que vamos ter um ano muito bom pela frente no ano que vem.


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