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Intercambista relata experiência no exterior: 'você entende sua própria existência'
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Carla Guillante passou cinco meses na Nova Zelândia, em 2018
No dia 19 de julho de 2018, Carla Guillante se despediu com um "até logo" dos familiares, para ir em busca de seu sonho: estudar e trabalhar na Nova Zelândia, a mais de 12 mil km de distância do Brasil. Sair da zona de conforto, se desafiar, viver uma nova vida em outro país e se conhecer, esses eram os principais objetivos de Carla em decidir passar cinco meses no país, cujo fuso horário são 15 horas de diferença.
"Quando você decide deixar seu país, família, amigos, hábitos e cultura para viver uma completa aventura em outro país completamente diferente, você tem a chance de criar uma nova vida, nascer de novo e ser quem você quer ser. Eu queria isso para mim, sentir o sabor da liberdade", relata Carla, ao citar que o desejo surgiu, também, devido a oportunidade que teve em 2014, ao fazer um intercâmbio de um ano para a Alemanha e Áustria. "Aquilo me animou para fazer outro intercâmbio, porém, com mais tempo de duração", cita.
Ao citar o porquê de escolher Nova Zelândia, Carla cita a beleza do país, segurança, paisagens exuberantes, forte ligação com a natureza e diversas culturas que vivem no país. A rotina, no entanto, era acordar cedo, ir para a escola estudar inglês geral durante a manhã, com aulas de gramática e vocabulário. Durante a tarde, aulas dinâmicas, com práticas sobre a audição e fala.
Depois da escola, Carla tinha tempo livre para visitar os vários lugares da cidade de Auckland, a maior cidade do país e com maior população. "São vários os pontos turísticos, portanto, sempre escolhia algum lugar como parques, praças, museus, galeria de arte, aquário, praias, os vulcões adormecidos que existem no país, zoológico, e os muitos cafés, restaurantes e bares que são famosos na cidade, devido à diversidade de estrangeiros que moram lá", relata.
Porém, além de estudar e conhecer diferentes lugares, Carla também teve outra experiência nos fins de semana em Nova Zelândia: trabalhar. Ela trabalhou em um restaurante como garçonete, fazendo de tudo um pouco e, ainda, praticando o inglês. "Se você não vai preparado para ficar, sem diploma validado e sem nível de inglês alto, você não consegue um emprego bom logo e precisa correr atrás. Como minha intenção era praticar inglês, eu me desafiei em trabalhar em um restaurante, que é onde tem mais vagas", explica Carla.
Ao deixar o país de origem para encarar uma aventura neste nível, é preciso estar preparada, também, para desafios. "O mais desafiador foi me adaptar ao horário de lá, assim como a mão inglesa para dirigir ou caminhar, a diferença de cultura, abrir mão de coisas que não tem importância, dividir minha vida com pessoas de outros países, aprender a pegar transporte público, me comunicar somente em inglês em qualquer lugar, encontrar uma solução para qualquer problema e resolver sozinha, dar valor ao dinheiro, comida, família e amizades", descreve. Além disto, colocar somente as coisas necessárias em uma mochila e sair para descobrir o novo país.
Para ser intercambista, Carla cita que é preciso abrir mão de muitas coisas para viver coisas novas. Família, amigos, costumes, e o principal, o conforto, para se jogar em algo desconhecido. "Você precisa estar preparado para chorar, se desesperar, mas também de conseguir resolver tudo e se sentir feliz no fim. Você não pode se importar em dividir quarto, ficar sem banho algum dia ou sem uma refeição completa. Você precisa contar o dinheiro para não faltar, aprende a planejar para fazer compras na semana, não se importa em dormir desconfortavelmente. Assim como você aprende a desapegar de coisas que não tem importância e só tomam nosso tempo e energia. Você aprende a dar valor ao que vale a pena, você entende sua própria existência".
Carla retornou ao Brasil no dia 01 de dezembro de 2018, com a sensação de dever cumprido, sonho realizado, com novas amizades, novas pessoas e novos lugares. "Sentimento de que não sou mais a mesma pessoa, que possuo uma bagagem valiosa que me ensinou muitas coisas, boas e ruins também. Sentimento de evolução, tanto pessoal como profissional, que abriu meu campo de visão sobre o mundo, sobre as pessoas e sobre a educação. Sentimento de querer viajar mais e mais para conhecer esse mundo e a mim mesma, sempre aprendendo coisas novas e me desafiando. Sentimento de que tudo valeu a pena e faria de novo", relata. Carla espera inspirar outras pessoas com sua experiência, de modo que sigam seus sonhos e tenham a oportunidade de realizar um intercâmbio e descobrir como é a vida fora do Brasil.
"Quero somente agradecer, pelo país maravilhoso e pelas pessoas acolhedoras. Gratidão pelo melhor momento da minha vida até hoje. Por aprender que a vida começa no fim da zona de conforto, e que só me arrependo das coisas que não fiz. Parte de mim ficou na Nova Zelândia e sinto que me tornei parte dela de alguma forma".
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