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Municípios da região sentem os efeitos da estiagem

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A chuva ocorrida nesta semana foi insuficiente para amenizar a situação da estiagem na região e coloca o fornecimento de água nos municípios em risco. O Oeste Catarinense já registra dois meses com chuvas abaixo da média. Alguns rios da região já tiveram a vazão reduzida.

O setor agrícola é o mais prejudicado que seguem aguardando por chuvas, para iniciar o plantio. Água para os animais em algumas propriedades também já não está sendo o suficiente, pocilgas estão deixando de alojar por falta de água e os caminhões pipas dos municípios atuam de forma emergencial para socorrer os produtores.

A Epagri conta com estação meteorológica em diversos municípios da região. Inclusive um em Pinhalzinho. Conforme dados da Epagri, o volume de chuva dos últimos 15 dias foram 9,6 milímetros (mm) de chuva, ou seja, 9,6 litros de chuva por metro quadrado.

A média histórica para o mês de setembro em Santa Catarina é de 150 a 210 mm no Oeste. Para o mês de outubro a média histórica é de 210 a 280 mm. E a previsão do tempo para os próximos dias aponta um volume pouco expressivo de chuva.

Ainda de acordo com dados da Epagri de Pinhalzinho, no mês de agosto choveu 36 mm e no mês de setembro, até quinta-feira (19), 9,6 mm.

Conforme o extensionista Rural da Epagri de Pinhalzinho, Ivandro Vitor Moter, estamos vivendo uma estiagem e o impacto direto é a falta de água que está ocorrendo em algumas propriedades rurais com muitos animais, redução no crescimento das pastagens e atrasos nos plantios das culturas anuais.

Em Pinhalzinho ocorreu na quarta-feira (18), uma reunião entre a Secretaria de Agricultura, Epagri, representantes da Cooperativa Regional Itaipu e Defesa Civil.

De acordo com o secretário de Agricultura, Honorino Dalapossa, Pinhalzinho ainda não sente a necessidade de decretar situação de emergência. "Temos atraso no plantio, principalmente do milho. O que está plantado está resistindo bem, a própria germinação vem acontecendo em solos mais plainos e úmidos, as encostas já tem uma dificuldade maior na germinação. O que a falta de chuva está provocando é o atraso no plantio", aponta.

A preocupação maior, segundo o secretário, está com relação aos animais. "Algumas propriedades já estão puxando água, uma propriedade especificamente tem a necessidade de abastecimento diário e outras que já fizemos alguns socorros", afirma.

Dalapossa acrescenta que o momento é oportuno para cada um de nós, para refletirmos se é possível armazenarmos água. Ele diz que com as tecnologias hoje disponíveis é possível cada um fazer uma cisterna dentro do seu estabelecimento, inclusive com financiamentos acessíveis para fazer o investimento.

O vice-prefeito, Darci Fiorini, destaca que a população deve se conscientizar e economizar água. "Hoje a água é captada no Rio Burro Branco, não falta água, porém a estação de tratamento ainda é pequena e estamos cobrando da Casan para que seja ampliada, para aumentar o volume de tratamento, enquanto essa mudança não ocorre, corremos o risco de ficar sem água. Então, pedimos à população que tentem economizar o máximo possível", diz.

Abastecimento de água

Conforme o gerente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) de Pinhalzinho, Juarez da Silva, o abastecendo de água no município está ocorrendo 100%, não tendo problemas quanto ao abastecimento, como a maioria dos municípios do Oeste já registraram.

"A falta de chuva diminuiu o fluxo de água no rio Burro Branco, no alagado onde é feita a captação de água bruta e isso causou alguns transtornos. A água teve excesso de manganês e ferro, ao clorar dava uma reação química e a água aparentava uma cor amarelada, porém não era imprópria para o consumo. Isso ocorreu porque a bomba ficou no fundo do alagado, aproximadamente 15 metros, quando foi fechado o sistema da PCH. A PCH está fazendo outro ponto de captação, que ainda não está pronto, que será entregue a Casan. Com essa situação tivemos que colocar outra bomba no alagado, com uma profundidade menor, aonde a oxigenação da água ocorre mais, resolvendo o problema da cor amarelada da água", aponta o gerente da Casan.

Quanto ao sistema de tratamento, Juarez destaca que está programado para o próximo ano a ampliação do sistema, conforme consta em contrato entre o município e Casan.

A Casan orienta a população para que continue economizando e use a água de forma consciente. "Temos como exemplo os municípios vizinhos que estão enfrentando a falta de água, não é o nosso caso, mas temos que ter essa consciência, pois se um dia precisarmos vamos ter por abito economizar", menciona.

Manutenção no sistema

O gerente da Casan avisa a população que no domingo (22), estarão fazendo uma parada em todo o sistema para fazer uma limpeza e desinfecção do reservatório principal na estação de tratamento. A previsão é o município ficar sem abastecimento o dia todo. "Não sabemos qual é a condição interna dele, então vamos secar e diversos profissionais estarão trabalhando nele. Não sabemos quanto tempo isso pode levar e quantas horas ficará parado o sistema", diz, acrescentando que a orientação é que a população economize água. O abastecimento irá parar às 8h da manhã e a previsão é de que até às 24h de domingo (22), a cidade volta a ser abastecida gradativamente.


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Reflexos da falta de chuva na região

O jornal Imprensa do Povo contatou os municípios da região para verificar a situação dos mesmos e os reflexos que a falta de chuva vem causando.

Serra Alta

De acordo com o secretário de Agricultura, Jair de Assis, ainda não está ocorrendo a falta de água, mas está havendo o pedido para que a população economize o máximo possível, pois o período de estiagem está longo e o reservatório de água é baixo. Na agricultura, alguns aviários que usam bastante água de cisternas já estão secos, então, está sendo feito o auxílio pela secretaria para a entrega de água. Estão sendo usados dois caminhões pipa para o serviço. Além disso, uma retroescavadeira está abrindo fontes em lugares que possa ser captado pelo menos uma pequena quantidade de água. Os outros trabalhos da pasta foram suspensos, pois a prioridade no momento é a água.

Modelo

Tiago Geller, secretário de Agricultura, relata que o município ainda não chegou a ficar sem água. Apenas no caso de um produtor precisou ser feito o transporte de água. Mas, a secretaria está com trabalho intenso na recuperação de fontes, além de formação de novas. O maior prejuízo até o momento está sendo na falta de pasto para os produtores de gado de leite, que estão ficando sem pastagem para os animais. Os produtores de milho também estão tendo algumas perdas, assim como os produtores de fumo, pois não estão conseguindo realizar o plantio.

Sul Brasil

Prefeito Éder Marmitt e a secretária da Agricultura fizeram nesta semana, pedido à população, para que todos economizem o máximo de água possível. Pelo menos 10 comunidades, além da sede, já estão com falta de água. Mais de 171 mil litros de água por dia são puxados pela Secretaria de Agricultura e o DMER do município para o consumo de bovinos, suínos e aves. Até o momento, a linha Guajuvira foi a única que recebeu água para a comunidade, com 12 mil litros às famílias. Os rios que abastecem o município, Pesqueiro e Burro Branco, se encontram com pouquíssima água.

Nova Erechim

A situação é crítica. A Casan já solicitou que as famílias economizam água, pois toda a água do reservatório já foi usada, e o abastecimento está sendo feito por caminhões pipa. Conforme o secretário de Agricultura, Ademar Schneider, os milhos que já foram plantados estão sendo em grande parte perdidos. No fumo, para a colheita ser realizada é necessário que as plantas sejam molhadas. A alimentação do gado de leite e corte está sendo feita via silagem ou até por ração, pois a pastagem não está se desenvolvendo devido à seca. A água no interior já está sendo puxada em algumas propriedades. A situação só não está pior no interior do município devido aos diversos poços artesianos perfurados. Inclusive, está sendo usada esta água para consumo animal, o que não é o ideal, mas se vê necessário nesta situação.

Bom Jesus do Oeste

Administração Municipal e Casan orientaram a população para economizar água. A principal ordem é priorizar para alimentação e higiene pessoal. As limpezas mais pesadas, como lavagem de carros e calçadas, devem ser deixadas para quando a situação se normalizar. Segundo a Casan, com a falta de chuva o nível de água nos reservatórios e poço artesiano está muito baixo, e nos últimos dias o quadro ficou mais grave ainda devido às altas temperaturas, o que aumenta consideravelmente o consumo de água.

Águas Frias

Segundo o secretário de Agricultura, Marcos Roberto da Silva, a questão está crítica. Há uma semana as máquinas estão empenhadas apenas em trazer água aos agricultores, também emprestando tanques para que seja puxada a água, pois várias comunidades estão com falta. Já foram abertas mais de 20 fontes com retroescavadeiras para tentar resolver o problema. A situação está crítica desde o plantio, que está ruim neste ano, pois com a falta de chuva, o produto acaba nascendo ruim. O foco está principalmente em levar água aos animais dos produtores rurais do município, já que praticamente todas as comunidades do interior possuem poços artesianos. A prefeita em exercício, Janete Daga, orienta juntamente com a Casan para que a população economize o máximo possível de água, pois os reservatórios já estão em nível baixo.

Campo Erê

O município declarou estado de emergência. Segundo o prefeito, Odilson Vicente de Lima, a situação é de desespero nos quase 800 agricultores do município e também na cidade. Município vem sofrendo com a estiagem desde o mês de junho, com baixa frequência de chuvas. Em todo o território do município ocorre falta de água potável para consumo humano e animal, e também para as pastagens, além de elevadas perdas no setor agropecuário, especialmente no cultivo do trigo e na produção leiteira. Na produção do leite, as perdas são de aproximadamente 35%, e nas lavouras de trigo, 1.200 hectares, perda aproximada de 80%. Há uma estimativa de perdas de 40% na produção de alimentos de autoconsumo na agricultura familiar. Além disso, todas as comunidades rurais registram falta de água.

Saltinho

De acordo com o secretário de Agricultura, Alaerço Pelentir, a situação também é crítica. Foi comprada água de municípios vizinhos para ser repassada nos interiores. Os tratores e distribuidores das patrulhas, e outros distribuidores, estão puxando água para o gado. Está sendo realizado o transporte de água para 40 famílias que precisam de água para gado e suíno, e 30 famílias no interior do município também estão recebendo. Os poços, sangas e açudes estão secando. A tendência é que a situação piore, então a Secretaria de Agricultura e a Administração Municipal do município estão incentivando e avisando a população para que poupem o máximo de água possível.

Saudades

Segundo Alexandre Schuh, secretário de Agricultura do município, alguns problemas de desabastecimento de água estão sendo enfrentados e a secretaria já decidiu em reunião por começar a auxiliar os agricultores com dificuldades nessa área. Ainda não existe a necessidade na questão humana, mas na questão animal. Vários aviários e chiqueiros estão com falta de água. Alguns produtores também tiveram seus reservatórios cheios com o auxílio da secretaria. Quanto às lavouras, a situação é de emergência. Entre 28% e 30% da parte de grãos está afetada. No leite também ocorreram perdas, inclusive com aumento no custo, o que irá acarretar no mercado.

Nova Itaberaba

De acordo com o Secretário de Agricultura, Ivanir Zanella, a agricultura está sendo muito afetada pela estiagem. Como o plantio é feito normalmente mais cedo para se fazer a segunda safra, automaticamente isso já se alterou, pois passou para um plantio mais tardio, o que irá acarretar em diversos problemas. Para os agricultores já está ocorrendo falta de água e está sendo puxada pela secretaria. Vários aviários já tiveram problemas e estão também sendo abertas diversas fontes para que os agricultores não tenham maiores problemas. Para a população da cidade, está sendo feito o pedido para que economizem o máximo possível de água, pois, por mais que o município tenha volume de água a oferecer, com a queda das chuvas, ele tende a diminuir cada vez mais. Mas, segundo o secretário, a princípio está sendo normal.


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