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Especial

O perigo de não vacinar

  • Imprensa do Povo -

O resultado da atuação de grupos antivacina, e da disseminação de informações de sujeitos que se dizem pseudomédicos, vem incendiando as mídias, principalmente as digitais, de informações com a falta de embasamento científico e desconhecimento histórico, sobre a vacinação. Com o alarmismo dessas manifestações e a insuficiência da cobertura vacinal, doenças que já haviam sido erradicadas, e surtos de doenças controladas, estão ressurgindo, e não apenas no Brasil.

Quem de vocês já viu um caso de varíola?

Há 41 anos erradicada, a varíola no século passado matou mais de 300 milhões de indivíduos. Esse número é bem superior ao de outras moléstias, como a tuberculose, a hanseníase, a gripe espanhola, a peste e até mesmo a Aids. Nem mesmo a soma do número de mortos de todas as guerras (inclusive as mundiais), superaria o de vítimas da varíola.

A doença foi extinta graças a uma série de programas, medidas e ações combinadas empreendidas, após 1967, pela OMS em diversos países e regiões do planeta. No Brasil, coube à Fiocruz o papel fundamental no enfrentamento da doença

Os imunizantes trouxeram e continuam trazendo enormes benefícios na prevenção dessas e de outras enfermidades, como por exemplo, a poliomielite. No início do século 20, a pólio, era uma das doenças mais temidas, em 1988, causava deficiência motora em mais de mil crianças por dia. Logo após a introdução de vacinas eficazes nas décadas de 1950 e 1960, o problema foi controlado e praticamente eliminado enquanto desafio de saúde pública. No Brasil, o último caso de poliomielite ocorreu em 1989, na cidade de Sousa, na Paraíba. A vacinação, mais uma vez, está por trás desse êxito.

Não há tratamento específico nem cura para a poliomielite. Mas há prevenção, por meio de uma vacina fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Além da vacina contra a poliomielite, 14 outras vacinas de rotina são oferecidas na rede pública de saúde atualmente.

Para quem não conhecia o histórico de mortes ligados a varíola, tampouco, os milhares de casos de crianças com limitações causados pela poliomielite, há uma explicação bastante simples: o sucesso das vacinas.

A enfermeira, responsável pela sala de vacinas de Pinhalzinho, Ivani Dewes, é nossa convida para falar sobre esse assunto nessa reportagem especial. A profissional, explica sobre a medida preventiva estabelecida pela vacinação, "as vacinas foram criadas para controlar as doenças que são evitáveis", pondera, sobre as reações adversas das vacinas, "no caso das vacinas tais reações tem um risco muito pequeno se comparado aos benefícios que trazem as pessoas", e explana à respeito dos índices de cobertura vacinal de Pinhalzinho, explicando que o público adolescentes apresenta baixa cobertura vacinal para HPV e ACWY, "necessitando o comprometimento dos pais para acompanhar seu filhos para receberem as vacinas da adolescência".

Porque manter caderneta de vacinação em dia é importante em todas as fases da vida?

As vacinas foram criadas para controlar as doenças que são evitáveis pela vacinação .No calendário vacinal há vacinas consideradas obrigatórias para todas as idades para evitar que a pessoa adoeça e transmita doenças para outros membros da família e para a comunidade.

Crianças e adolescentes tem direito a vacinação?

Sim, pois o maior Esquema Vacinal é o da infância e as crianças são as mais vulneráveis para ter doenças graves que podem ser prevenidas pelas vacinas. Após a infância, os adolescentes continuam o esquema vacinal com vacinas para as suas idades. Portanto os pais ou responsáveis têm a obrigação de levar seu filhos para a Sala de Vacinas para receberem as vacinas nos momentos oportunos.

A cobertura vacinal para o calendário infantil está dentro da meta em Pinhalzinho?

A cobertura vacinal de crianças até 1 ano está próxima de 100%, portanto , para alcançar esse resultado é necessário realizar busca ativa de crianças faltosas através de contato telefônico, pelas Agentes Comunitárias de Saúde e em últimas instâncias acionando o Conselho Tutelar. Porém a cobertura vacinal de adolescentes encontra-se baixa ainda, necessitando o comprometimento dos pais para acompanhar seu filhos para receberem as vacinas da adolescência, principalmente as vacinas HPV e ACWY.

A situação epidemiológica atual potencializou a queda na cobertura vacinal no Brasil e também aqui no município?

Sempre quando há alguma doença em destaque no momento as vacinas das demais doenças ficam esquecidas por boa parte da população. No momento estamos em pandemia do COVID e a preocupação maior é com a vacina contra COVID . Esse fato é preocupante pois todas as vacinas devem sempre estar em dia justamente para evitarmos que as doenças que já estão controladas voltem a acometer a população.

Com a baixa cobertura vacinal, doenças já erradicadas podem voltar a circular e trazer riscos à população no Brasil? Porquê?

Sim. São as vacinas que conseguem fazer o controle das doenças preveníveis pela vacinação. Se a população deixar de se vacinar, deixarão de ter proteção contra as doenças, adoecerão e poderão transmitir as mesmas para os demais membros das famílias e comunidades o que poderá causar surtos e epidemias novamente.

Quantas vacinas de rotina são oferecidas na rede pública de saúde?

São 15 vacinas de rotina, 2 de Campanha anual

A vacina tríplice viral aumenta o risco de sofrer de autismo? (uma das premissas ainda sustentadas pelo movimento anti-vacina)

Todas as vacinas e medicamentos podem causar reações indesejáveis para as pessoas . No caso das vacinas tais reações tem um risco muito pequeno se comparado aos benefícios que trazem as pessoas , tanto de forma individual como benefício comunitário.

Infelizmente movimentos anti- vacina tem confundido pessoas com informações errôneas , com isso famílias deixando de se vacinar colocando em risco a sua própria saúde, dos seus familiares e da população de forma geral.

As vacinas de uma maneira geral, tem um risco calculado?

Todas as vacinas são testadas de todas as formas, normalmente por anos, antes de serem liberadas para a utilização humana. Somente em caso de vacinas produzidas para uso emergencial, como é o caso da vacina contra COVID é que os estudos são realizados em períodos mais reduzidos, porém seguros.


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