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ELEIÇÃO INTERNA

Pinhalense Fabiano da Luz lidera disputa no PT de SC e vai ao segundo turno

Mesmo com vitória no primeiro turno, Fabiano da Luz enfrenta caminho apertado até a presidência estadual do partido.

A eleição interna do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina expôs duas realidades contrastantes: a força das bases ligadas à educação e movimentos sociais, e a fraca mobilização geral dos filiados. Apenas 14% dos 64 mil petistas aptos participaram do Processo de Eleição Direta (PED) realizado neste domingo (6).

Entre os cinco candidatos à presidência estadual da sigla, o deputado estadual Fabiano da Luz, de Pinhalzinho, foi o mais votado, com 3.040 votos. Em seguida, vieram Luciane Carminatti (2.794), Padre Pedro Baldissera (1.952), Carla Ayres (630) e Bruno Ziliotto (212). Os números ainda são extraoficiais, e o segundo turno entre Fabiano e Luciane será realizado no dia 27 de julho.

Apesar da liderança, o resultado ficou aquém do esperado por aliados de Fabiano, especialmente por contar com o respaldo do atual presidente estadual Décio Lima — que goza de boa relação com o presidente Lula. A expectativa era de um desempenho mais expressivo.

Historicamente, Fabiano da Luz não adotou um perfil combativo dentro do PT. Sua trajetória política começou em 2004, como vereador em Pinhalzinho, passando por dois mandatos como prefeito e agora como deputado estadual. Só no segundo mandato parlamentar Fabiano assumiu uma linha mais alinhada com as bandeiras tradicionais do partido, como a defesa do governo federal e oposição ao governador Jorginho Mello (PL).

Essa mudança, porém, ainda não parece ter convencido totalmente a militância mais ideológica do partido, que enxerga em Luciane Carminatti — com raízes no magistério e no Sinte-SC — e em Padre Pedro — ativo nos movimentos sociais — figuras mais representativas da “alma petista”.

Racha interno e acusações

O primeiro turno foi marcado por tensões e ataques internos. A denúncia mais grave partiu do próprio deputado Padre Pedro, que afirmou ter sido vítima de intolerância religiosa por parte da campanha de Fabiano da Luz. Ele criticou a distribuição de materiais que questionavam a legitimidade de um padre católico para presidir um partido “plural e laico”.

“Posturas como essa me levaram a disputar a presidência. O PT é maior do que gestos como esses”, afirmou Padre Pedro, reforçando que sua candidatura é uma resposta à tentativa de exclusão dentro da legenda.

A campanha de Fabiano e o deputado negaram qualquer envolvimento com tais materiais. Ainda assim, o episódio repercutiu negativamente entre os filiados e pode ter influenciado no crescimento de votos para os demais candidatos.

O desafio do segundo turno

Para vencer no segundo turno, Fabiano da Luz terá de ampliar o diálogo com os setores que hoje estão mais próximos de Luciane Carminatti. Ela tende a herdar boa parte do apoio de Padre Pedro e possui capital político consolidado nas bases educacionais do partido.

Fabiano aposta numa linha de gestão progressista para o PT, focada em unidade e crescimento eleitoral. Resta saber se a militância está disposta a confiar nessa proposta e converter esse apoio em votos no dia 27.

Independentemente do resultado, o PED prevê a formação de uma executiva estadual plural, com distribuição proporcional de cadeiras conforme o desempenho de cada chapa — o que garante representatividade interna, mesmo em meio às divergências.


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