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Solidariedade aflorada no Natal
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Imprensa do Povo -
Espírito natalino é renovado a partir de gestos solidários de milhares de pessoas que adotam cartinhas e presenteiam crianças
Milhares de brasileiros, em todo o país, renovam as energias e fazem brotar o símbolo do Natal nos corações de muitas crianças. Bonecas, cadernos, bolas, carrinhos, brinquedos ou abraços... São muitos os sonhos e desejos das crianças quando se aproxima a data mais esperada do ano por elas: o Natal! Cada criança sonha com este momento, de acordo com seus anseios e desejos. Algumas desejam apenas materiais escolares para aproveitar o próximo ano na escola, outras escolhem brinquedos para a diversão, enquanto algumas se satisfazem com chocolates ou com um simples abraço. Tem para todos os gostos.
Porém, mais do que um presente, a solidariedade presente nesta época do ano é capaz de animar dias, compartilhar sorrisos e fazer de muitos natais, dias mais felizes. Solidariedade, no entanto, diz respeito a um sentimento de amor ou compaixão para com as pessoas, que impele o indivíduo a prestar-lhes ajuda moral ou material. Nada mais é, do que um simples fato de generosidade. Simples fato que gera enormes sorrisos e que, neste caso, ilumina os natais de milhares de crianças por vários lugares do país.
Gabriella Heloíse Boscatto, de 10 anos, mora com a avó e faz parte do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) de Pinhalzinho. Ela escreveu sua cartinha ao Papai Noel dos Correios e, devido ao fato de gostar muito da leitura, pediu ao bom velhinho uma coleção de livros do Diário de um Banana, massinhas slime para brincar e uma caixa de bombons. "Eu pedi porque acho muito legal e gosto, ganhei um cartãozinho e vou retirar os livros em janeiro", conta Gabriella.
Além disto, Gabriella decidiu retribuir o carinho recebido pelo Papai Noel e, por isso, fez uma mensagem especial para ler e entregar ao bom velhinho no dia da entrega dos presentes. "Eu escrevi a cartinha porque eu acho importante, o Papai Noel entregou os nossos presentes e eu acho isso muito legal da parte dele, por isso ele também merece um presente", declara.
O que muitas crianças não sabem, no entanto, é que não existe apenas um Papai Noel, mas sim, milhares de papais e mamães nóeis, padrinhos e madrinhas com grandes corações e atitudes generosas que os presenteiam nesta data. Porém, Gabriella reconhece a atitude de solidariedade prestada por estas pessoas, que enchem seus corações de amor e celebram a magia do Natal junto a estas crianças. "Eu quero agradecer quem comprou estes presentes pra mim, eu fiquei muito feliz", afirma.
Devido ao fato de os presentes do Papai Noel dos Correios serem entregues de forma anônima pelas pessoas que aderem ao projeto, as crianças não sabem quem foi que comprou os presentes. Porém, o pedido de Gabriella chamou a atenção de Lauana Z. F. Boing. "Minha filha e as amigas dela resolveram se engajar no projeto e pegaram várias cartinhas para tentar proporcionar um presente para cada criança. No meio destas cartas, estava a carta de uma criança que me chamou atenção, porque ela pedia uma coleção de livros, e eu gosto muito de ler, é o meu hobby preferido. Então, quando vi a cartinha, me identifiquei e pedi para as meninas se poderia ficar com ela e proporcionar o presente de Natal desta criança", explica Lauana.
Gabriella, no entanto, ao abrir a caixa de presentes, ficou muito feliz por ter ganhado o que havia pedido em sua cartinha. "Eu pedi os livros porque eu gosto muito de ler e não tenho essa coleção. Vou ler e brincar muito com meus presentes, e vou dividir com os meus amigos", enaltece a criança. As expectativas de Lauana com o presente de Gabriella, é de que ela tenha um pouco da mágica do Natal. "Isso por ela ter ganho o presente que sonhava. Imagino ela lendo nas férias, da mesma forma e com a mesma alegria que eu, quando tinha a idade dela", complementa Lauana.
A solidariedade está presente na vida de Lauana desde a infância, quando em Rio Negrinho, sua cidade natal, sua avó participava de um grupo de orações. "Esse grupo pegava cartinhas e ajudava com presentes no fim de ano. Portanto, eu cresci com esse gesto de Natal, para mim é uma coisa muito natural. Esse engajamento em projetos natalinos começou com minha família, através da minha avó e minha mãe, e vendo o exemplo delas, eu continuei seguindo", explica.
Neste ano, sua filha, Hérica, também seguiu o exemplo da mãe, junto com suas amigas, com o objetivo de proporcionar um Natal diferente para algumas crianças. "Muitas vezes, sozinhas, elas não iriam conseguir. Mas, de repente, um grupo de amigas pega uma carta, cada um ajuda com um pouco, e consegue mudar o Natal de muitas crianças. Essa união, para mim, é o espírito natalino. Considero a época de fim de ano a mais importante e mais bonita, devido a essa solidariedade que as pessoas possuem e que fica aflorado nesta época, de ajudar o próximo e de entender que todos fizemos parte da mesma cidade, mesmo Estado, mesmo país e mesmo mundo, e que precisamos ser solidários e ajudar, para proporcionar coisas legais para pessoas que as vezes nem conhecemos, mas que de alguma forma fazem parte de nossas vidas", avalia Lauana.
"Fazer o bem, sem olhar a quem". É esse o objetivo das pessoas que se solidarizam para transformar o Natal das crianças. "Se todas as pessoas que doam os presentes pudessem ver a alegria das crianças no dia da entrega dos presentes, é um momento único e muito emocionante, por ver elas tão felizes com o que ganharam. E esse é o nosso objetivo, realizar um pequeno sonho de uma criança que, muitas vezes, não recebe um presentinho no Natal, e nós queremos agradar estas crianças que precisam", explica a coordenadora do SCFV, Salete Duarte.
Ao se questionar sobre o porquê de participar do projeto, Lauana fica sem respostas. "Nunca me questionei sobre o porquê de participar. É importante fazer o bem se você pode, e é importante você fazer algo por alguém e proporcionar a alguém, aquilo que você tem. Fazer algo por alguém e poder proporcionar isso, simplesmente para que esta criança tenha um fim de ano mais feliz, me faz bem", conclui Lauana.
A primeira experiência de Jatir Danassolo como Papai Noel, está sendo realizada durante este ano. Com a barba verdadeira, ele afirma que é muito gratificante e até emocionante. "É lindo demais ver a emoção das crianças. Acho que nunca mais abandonar esse lado, de ser Papai Noel. Não imaginava que era assim, as crianças acreditam que eu sou o Papai Noel de verdade, e eu não tenho palavras para dizer o quanto isso é emocionante", afirma.
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