| Correndo contra o tempo: a luta pela vida da pequena Emanuelly
Desconstrução de Paradigmas
Pois é, desconstruir algo que nos foi ensinado como correto desde o berço, é algo muito difícil e requer muita persistência. Vejo que esse assunto vem se tornado cada vez mais popular nas novas formas de expressão, graças a liberdade que temos hoje de expor como e quando quisermos nossa opinião. Isso é ótimo no meu ponto de vista, mas tudo deve ser soldado a um senso comum de empatia, regado a cautela, análise e ponderação no que se diz.
Gosto desse tema, pois é o que venho passado nos últimos anos. Tenho quase 27 anos e percebi que estou me descobrindo exatamente como pessoa, quem realmente sou, somente agora (ou precocemente? Depende muito do ponto de vista e realidade de cada um, tudo tem seu tempo). E o que vem despertado isso, foi a oportunidade de trabalhar além da região, além das fronteiras do meu amado país. Sim, novamente eu tocando no assunto do meu profissional. Mas é a forma que encontro de expressar o quanto é importante abrirmos as portas das oportunidades para novos conceitos, que vão muito além do que você aprendeu no seu círculo de convivências.
Não estou aqui menosprezando nenhuma forma de pensamento ou de viver a vida, apenas estou querendo repassar o que venho aprendendo, sobre alguns conceitos que sempre tive expostos no meu dia-a-dia e que resolvi dar a oportunidade de revê-los. Enfim, aprendi muito nesses 8 anos de comércio exterior, especialmente nesses 3 anos como trader de exportação.
Aprendi que padrões de beleza são impostos, sem que percebamos a gravidade disso.
Aprendi que existe muita (mas MUITA) alegria, equilíbrio e paz de espírito, com as pessoas mais "simples" de bens materiais. Pode parecer clichê, mas tenho um lindo exemplo disso: Cuba. Isso mesmo. Um país com muitas falhas administrativas aos olhos de pessoas que convivem com o capitalismo. Porém foi um país que me marcou tanto pela simplicidade, pelo acolher das pessoas, a alegria e sabedoria em apreciar as coisas mais simples e verdadeiras da vida, que as vezes esquecemos "na correria do dia-a-dia", aprendi isso com os cubanos com toda a certeza.
Aprendi que erros do seu passado, independente de quais sejam, lhe fazem reerguer-se, com uma abertura admirável a cores, culturas, religiões, visões de vida diferentes e variadas. É um belo exemplo a cidade de Berlim, na Alemanha, na qual já mencionei anteriormente. Não existe muito o que dizer, a história explica tudo. E principalmente: os erros do passado jamais devem ser repetidos no futuro, por isso: reflita sobre seus julgamentos alheios.
Aprendi a admirar ainda mais atos humanitários. Como ver pessoas doando suas vidas para ajudar pessoas em situações caóticas de guerra (Síria), que passam fome (boa parte dos países do continente Africano), ajuda a mulheres que sofrem caladas por abusos e violência (isso está mais perto da gente do que imaginamos). Pois pude ter a oportunidade de presenciar o que realmente é passar fome, estar em países que são considerados "perigosos" por muitos sem antes conhece-los.
Aprendi que todo mundo erra. Grandes personalidades erram, muitas pessoas nesse mundo erram, você erra, e não deve se crucificar por isso, e sim, gastar energia seguindo em frente e solucionando problemas.
Aprendi que não conseguimos mudar a opinião de ninguém na força. Assim como violência não dá fim à violência. Que não devemos tocar tambor para maluco dançar (como diz o admirável Leandro Karnal). E o mais importante: aprendi que ninguém é obrigado a nada.
Aprendi que não precisamos ter a resposta para tudo. E que não poderemos agradar a todos.
Aprendi o real sentido de darmos valor as pessoas que nos amam, pois não sabemos até quando estaremos juntos aqui.
Aprendi que, mesmo não conhecendo a Ásia (especialmente a Coréia do Sul), acompanhando alguns artistas fantásticos e talentosos de lá, pude ver que eles estão, em sua maioria, um passo à frente na desconstrução sobre gêneros (homo, hetero, trans, bi? não importa). Admiro muito a forma que eles expressam isso na forma de se vestir, nas atitudes e na "indiferença". Não existe algo feminino demais ou masculino demais, você apenas deve ser você mesmo. É incrível.
Aprendi que aquele velho conceito que sempre me repassaram de que mulher é um mero modelo, na qual todos depositam expectativas limitadas sobre ser bela, dama, que não deve "sair da linha", que deve ser pura, impecável, seguindo os padrões impostos que comentei lá em cima, é totalmente opcional e não uma regra (mesmo que a sociedade em que viva te imponha isso, cabe somente a você decidir). Conheci inúmeras personalidades líderes femininas extremamente admiráveis e eternas inspirações em minha vida, pelo mundo e também aqui na minha cidade, região e país. Líderes ativistas, líderes de suas próprias mentes e almas, líderes profissionais e familiares e de sua própria vida. Apenas querendo igualar seu espaço no mundo, como qualquer ser humano.
E aprendi que, apesar da internet e livre acesso a informações, NADA se compara a pisar em novos solos. Viajar hoje já não é impossível e existem milhares de formas baratas para fazer isso. Apenas viaje. Viaje e abra os horizontes, mesmo que seja para outra cidade, estado, país vizinho para quebrar inseguranças, paradigmas, preconceitos? São inúmeros aprendizados que tenho orgulho de listar e dizer que tenho muito mais para absorver e aprender por aí (muito mais do que venho aprendendo). O importante é estar aberto a isso. Não se prive de oportunidades de abrir sua mente.
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