Marcos Júnior Zordan: o caminhoneiro que desafiou as enchentes e levou esperança aos gaúchos

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Foto: Divulgação -
Quando a estrada encontra a solidariedade: relembre a história de Marquinhos Zordan, que prestou apoio humanitário às vítimas atingidas pela catástrofe histórica registrada no Rio Grande do Sul
O Dia do Motorista é uma data dedicada para honrar os profissionais que movem o país sobre rodas. Entre tantos que cruzam nossas estradas, a história de Marcos Júnior Zordan se destaca, não apenas por sua dedicação ao transporte, mas por sua compaixão e solidariedade em tempos de crise. Um exemplo notável foi sua participação humanitária durante as enchentes no Rio Grande do Sul, registradas em 2024.
Marcos Júnior Zordan, filho de Marcos Antônio Zordan e Dalva Zordan, e pai de Luiz Antônio e Pedro José, iniciou sua jornada profissional aos 15 anos na Transportadora MZ, fundada por seu avô Moacir e seu pai em 1990 com apenas um caminhão. "Nossa família tem no sangue o transporte," conta Marcos, que junto com seu irmão Matheus, dá continuidade ao legado familiar.
“Entrei na empresa em 1999, quando já possuía quatro veículos. Com o tempo, estudei, viajei por um período curto e, eventualmente, assumi a administração da transportadora”, conta Zordan.
Ao longo dos anos, Marcos enfrentou inúmeros desafios, desde infraestrutura precária até a falta de serviços básicos durante suas viagens. “Durante as viagens, enfrentei muitas dificuldades, desde a infraestrutura precária das estradas até a falta de postos de parada e dificuldade em encontrar medicamentos, pois estava longe de uma farmácia. No entanto, também vivenciei momentos felizes, pois fiz amigos que ainda mantenho até hoje. Tive muitos encontros e valorizei muito as pessoas que me esperavam”, afirma.
Recentemente, Marcos e um grupo de amigos responderam ao apelo das famílias do Vale do Taquari e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, duramente atingidas pelas enchentes. “Diante da situação das famílias no Rio Grande do Sul, e com o auxílio de amigos e familiares da região, formamos um grupo composto por entidades como o Jeep Clube Pinhalzinho, a Na Lenta Off Road de Nova Erechim e outros amigos. Decidimos atender ao apelo da região, disponibilizando veículos 4x4 para acessar locais mais remotos e de difícil acesso”, relembra Marquinhos.
O primeiro contato do grupo foi com a cidade de Arroio do Meio, onde a energia elétrica ainda não havia sido restaurada. “As pessoas estavam sem acesso, sem comunicação—uma verdadeira cena de guerra. Comovidos pela situação de destruição, imediatamente começamos a trabalhar na coleta de mantimentos, organizamos o transporte e realizamos 11 viagens para levar suprimentos, tanto para pessoas quanto para animais, para as regiões do Vale do Taquari e Porto Alegre”, pontuou.
A maior satisfação desse trabalho foi a receptividade e o olhar de agradecimento e esperança das pessoas que recebiam a ajuda. “Muitas vezes, elas não tinham forças nem condições para recuperar o que haviam perdido e estavam em estado de choque. Sempre que alguém pode prestar o menor auxílio em tais condições, isso faz uma grande diferença para quem recebe. Ouvi muitas vezes: ‘Se não fosse vocês, não teríamos ânimo para seguir em frente.’ Ou seja, as pessoas estavam desmotivadas e, além dos mantimentos, levávamos esperança e alegria a elas. No entanto, sempre disse às nossas equipes de trabalho que, apesar de estarmos ajudando outras pessoas, a verdadeira gratificação era nossa por poder fazer algo por elas, sabendo que nossas famílias aqui estavam seguras”, completou.
Marcos Júnior Zordan é um exemplo de que a solidariedade pode transformar vidas. Sua mensagem é clara: "Sempre que alguém puder prestar o menor que seja de auxílio nestas condições, para quem recebe é muito”. Sua história nos lembra que, diante das catástrofes e crises que assolam o planeta, o apoio e a compaixão fazem toda a diferença.
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