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Paraciclismo

Conheça a história de Paulo Cesar Ues, que viu no esporte um novo jeito de levar a vida

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O esporte muda vidas, ajudando a ressignificar e a transformar radicalmente o jeito de viver de cada pessoa.

Persistência e motivação definem a história de Paulo Cesar Ues, que teve sua vida mudada drasticamente após um acidente de trânsito em 1999. Aos 29 anos, durante uma viagem a trabalho, o carro da empresa em que Paulo estava aquaplanou na chuva e capotou, lançando-o para fora do veículo e causando politraumatismo, incluindo lesões em três vértebras da coluna.

Após o acidente, Paulo passou nove anos praticamente dentro de casa, saindo apenas para visitar seus pais. Na época do acidente, ele residia em Frederico Westphalen, uma pequena cidade com poucas oportunidades de socialização e que oferecia poucos recursos para sua recuperação. Foi apenas quando Paulo e sua família se mudaram para Curitiba que ele começou a ver uma luz no fim do túnel. Na capital paranaense, Paulo iniciou sua reabilitação através do esporte. "Conheci a Associação dos Deficientes Físicos do Paraná e procurei um esporte que pudesse praticar, já que antes do acidente sempre fui atleta amador. Encontrei o basquete sobre rodas, onde treinei e me adaptei durante um ano, profissionalizando-me na equipe de basquete sobre rodas de 2013 até 2018. Em 2018, migrei para o Paraciclismo Brasileiro, onde estou até hoje", relatou Paulo.

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A entrada no Paraciclismo Brasileiro trouxe novos desafios. "Os campeonatos de alto rendimento exigem muita resiliência e treinamento rigoroso. São viagens complicadas que requerem levar cadeiras de rodas e equipamentos específicos, além de envolver muitas pessoas para ajudar na locomoção. Apesar das dificuldades, profissionalizar-me no esporte foi fundamental. Consegui viver do esporte, complementando minha aposentadoria com apoio, patrocínios e bolsas de incentivo, como a Bolsa Atleta e apoios municipais. Foi assim que, este ano, consegui uma handbike de ponta para meus treinos", explicou.

Os treinos árduos e as competições trouxeram conquistas significativas. No basquete sobre rodas, Paulo conquistou títulos em campeonatos paranaenses. No Parajaps, foi tetracampeão paranaense e campeão por equipe. Ele participou com a equipe Brasil da Seleção Brasileira no Parapan de Paraciclismo que aconteceu no Brasil em 2020. No paraciclismo, a partir de 2017, ele acumulou muitas vitórias. "Minha maior conquista foi o terceiro lugar na Copa Brasil de 2017 e o título de campeão por equipe do Parajaps". Mas Paulo ressalta que o mais importante não são as medalhas, mas o que o esporte lhe proporcionou: uma nova vida. "O esporte me trouxe de volta à vida. Ressocializou-me como homem, marido e pessoa".

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Hoje, ele mora em Pinhalzinho com sua família e treina quase que diariamente no asfalto da Linha Boa Vista. Ele comenta que, ao se mudar para a cidade, buscou lugares adequados para seus treinamentos e encontrou no interior do município o trajeto ideal por ser asfaltado, ter ciclovia e oferecer uma boa altimetria. Por ser um trajeto de asfalto, que é o mais adequado para a modalidade de Speed, encontrou assim o lugar perfeito para treinar velocidade.

Quando perguntado sobre o medo de treinar em um local tão movimentado, Paulo responde que o medo ajuda. "Ajuda a ter mais força de vontade, a se prevenir de situações e a te deixar mais forte. Todo dia que eu saio, eu não vou te mentir, saio com muito medo de não voltar para casa. A ciclovia é muito perigosa, o pessoal é sem respeito, cortam as curvas e andam em alta velocidade. Mas o medo me motiva a ir, a não ficar em casa. Ele está me ajudando a enfrentar outras dificuldades psicológicas que eu não tinha antes", explicou.

“Estou em busca de apoiadores e patrocinadores para retomar as competições em 2025 e, ao mesmo tempo, oferecer melhores oportunidades para outras pessoas no esporte. Quero ajudar a expandir o esporte aqui em Pinhalzinho, especialmente para cadeirantes que possam ter interesse em participar. A partir de agora, isso também fará parte do meu legado.

No próximo ano, tenho planos de competir em eventos internacionais, incluindo a Maratona de Nova York e uma ou duas etapas do Mundial na Europa. A retomada das competições será gradual, e para isso, preciso do apoio da sociedade, dos empresários e de todos que queiram se juntar a mim nessa jornada”, finalizou.



Por: Geórgia Cecatto 


Publicado por Geórgia Cecatto

Publicado por Geórgia Cecatto

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