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Saúde pública

Pinhalenses enfrentam desafios com exames e cirurgias de alta complexidade

  • Foto: Divulgação -

Com pacientes enfrentando esperas para exames e cirurgias, a Secretaria de Saúde revela os obstáculos e medidas em andamento para melhorar o atendimento. Descubra o que está sendo feito para enfrentar essa situação e como você pode acompanhar sua posição na fila

Nos últimos anos, muitos moradores de Pinhalzinho demonstraram insatisfação com a demora nos encaminhamentos para exames e cirurgias de alta complexidade. Há casos em que pacientes aguardam mais de um ano sem serem chamados, o que tem gerado grande preocupação. Buscando entender o que acontece e qual é a responsabilidade do município, o jornal Imprensa do Povo conversou com Luiz Hentz, secretário de Saúde de Pinhalzinho, que apurou informações para esclarecer o funcionamento das filas de espera do SUS.


Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclareceu os principais desafios enfrentados na área. Confira a seguir os pontos destacados pela SMS:


Desafios e soluções temporárias

A oferta de serviços públicos para exames ambulatoriais é praticamente inexistente. Os municípios frequentemente recorrem à iniciativa privada, mas essa solução não é ideal devido ao alto custo e à quantidade insuficiente de serviços oferecidos. “Um grande aliado nesse contexto é o Consórcio Intermunicipal de Saúde, que tem sido bastante utilizado pelos municípios. Além disso, os municípios também têm feito credenciamentos próprios para comprar exames e atender à demanda”, explicou o consultor, Elói Trevisan.


Segundo afirmou Elói, o maior desafio é a falta de implantação de policlínicas regionais públicas pelo estado, um pedido antigo. “Atualmente, os exames ambulatoriais são quase inexistentes no serviço público. Por exemplo, não há serviços de ressonância magnética oferecidos pelo Estado; esses são realizados no hospital regional. A grande necessidade é a implantação de policlínicas de referência regional públicas. Enquanto a oferta pública for insuficiente, o setor privado continuará ditando os preços, oferecendo serviços que muitas vezes não atendem completamente às necessidades dos municípios, além de impactar significativamente os orçamentos municipais”, explicou o consultor, comentou.


Financiamento da Saúde

O financiamento da saúde é uma responsabilidade compartilhada entre o governo federal, estadual e municipal. Contudo, o repasse do governo federal, conforme a tabela do SUS, frequentemente não cobre a demanda total, deixando os municípios para arcar com a diferença. Elói disse que o Estado contribui com algum cofinanciamento, como os R$ 30 milhões via consórcio, distribuídos entre todos os municípios consorciados, mas, na maioria das vezes, não participa ou auxilia. “A divisão ideal deveria ser solidária, mas, infelizmente, o município acaba arcando com a maior parte dos custos dos exames ambulatoriais, cerca de 90% do recurso é próprio”, pontuou o consultor.


Projetos e regulação

A Secretaria de Saúde ainda lembrou que o município de Pinhalzinho já iniciou credenciamentos próprios e aumentou o valor do CISAMOSC para tentar suprir a demanda. Apesar desses esforços, a cobertura total ainda não é possível. “Isso não é uma realidade exclusiva de Pinhalzinho, mas uma situação comum na maioria dos municípios. Os municípios precisam gerenciar a atenção básica, média e alta, e quando investem muito em uma área, isso acaba prejudicando outras”, garantiu Trevisan.


Quanto à regulação, existem centrais de regulação municipal, regional e estadual. Cada uma é responsável pela regulação dos serviços conforme sua competência. Se o serviço é próprio, a regulação é municipal. Para serviços oferecidos por consórcios e similares, a regulação também é municipal. Outros serviços, como os da macrorregião, são regulados regionalmente, e as internações hospitalares são 100% reguladas pelo Estado. “O município não tem gestão sobre esses serviços, que são regulados pelo Estado. O município gerencia apenas os serviços próprios, comprados por credenciamento ou consórcio”, completou Elói.


Transparência e acesso à informação

Para maior transparência, os cidadãos podem verificar sua posição na fila de espera para serviços do SUS e obter informações sobre a quantidade de pessoas à frente e a previsão de atendimento através do link disponibilizado a seguir: https://listadeespera.saude.sc.gov.br/#/home


O secretário de Saúde, Luiz Hentz, em complemento à explicação de Elói, garantiu que a Secretaria de Saúde continua trabalhando para melhorar a situação e atender à população, mas a colaboração e compreensão da comunidade são essenciais para enfrentar esses desafios.

Publicado por Guilherme Detoni

Publicado por Guilherme Detoni

reportagemdetoni@gmail.com

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