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Promotores de eventos se reinventam para manter renda em meio à pandemia

  • Imprensa do Povo -

O resfriador, que até o início de 2020 abrigava flores destinadas à decoração de eventos, neste ano deu espaço a ovos de chocolate produzidos para a Páscoa. O escritório, que recebia clientes, foi transformado em sala para aulas de música e o notebook, que já era ferramenta essencial para mostrar o portfólio, agora é usado para vendas online. É assim que o casal Elói Reinehr, de 57 anos, e Rozane Locatelli, de 38 anos, se reinventa para sobreviver na pandemia até que a realização de eventos volte a ser segura.

Para quem tinha a agenda lotada para mais de um ano, seja com shows, para fornecimento de estrutura de som e iluminação ou decoração - ou tudo isso junto -, a pandemia é um baque sem fim. O setor de eventos e entretenimento foi o primeiro a receber o impacto do isolamento social e provavelmente seja o último a normalizar, algo sem qualquer previsão. "Estava sendo muito bom até que veio a pandemia e parou tudo. A gente trabalhava muito para vencer o serviço e, de repente, parou e não se sabia o que fazer, quando ia voltar e continua assim até hoje", comenta Rozane.

A Erê Eventos surgiu em 2012, fornecendo estrutura de som e iluminação. Em 2017, adicionou os serviços de cerimonial e decoração. Segundo Rozane, um evento simples emprega, em média, 25 pessoas direta e indiretamente: tem serviço de buffet/coquetel, garçons, seguranças, brigadistas, cerimonialista, montador, técnico de som, de iluminação, florista, decorador, limpeza, músicos, fotógrafo, fornecedores de materiais personalizados... a lista é grande. Assim como os proprietários, muita gente ficou sem emprego e precisou buscar soluções para manter a renda familiar.

"No começo era difícil decidir o que fazer, porque se abraçasse uma causa muito grande e voltassem os eventos, ia ser preciso largar e voltar com os eventos. Começamos a fazer pães. No final do ano passado teve os incentivos da Lei Aldir Blanc e ganhamos alguns projetos, ajudou muito. Também chegou o final do ano e não voltava, então foi hora de pensar em algo concreto porque vimos que ia demorar para voltar", conta.

Uma alternativa encontrada por Rozane foi abrir uma loja virtual em parceria com a Magazine Luiza, a Roze e Lu, para a qual trabalha em casa. Paralelamente, o casal fez parceria para confecção e venda de doces e chocolates, sendo que a primeira experiência ocorreu nesta Páscoa. "Nossas vendas estão dando certo porque muita gente tem nos ajudado, pessoas com as quais trabalhamos nesses anos nos retribuíram a confiança. Para nós, mudar deu certo porque somos flexíveis e adaptáveis, não temos problemas em nos reinventar, mas vemos muita gente do mesmo ramo que não consegue fazer o mesmo e tem passado dificuldades financeira e emocional", comenta.

Já Elói, que tem 43 anos de história na música, voltou às raízes nesse período. Ele, que já foi proprietário de uma banda, a Sagytaryus Band Show, tem um estúdio de gravação e as empresas de eventos, transformou um espaço da casa para dar aulas de teclado, violão e viola. "Essa parada foi algo que surpreendeu, achávamos que voltaríamos logo, mas essa ansiedade de voltar dá um desespero e a gente pensou em algo para o sustento da família. Então, como já dava aula de música anos atrás, voltei a dar aula no ano passado, de julho a dezembro, e agora vai ter de novo", afirma o empresário.

Ele destaca que é muito difícil ver a situação em que o setor se encontra e como muitas bandas pararam e os colegas de profissão tiveram que procurar alternativas para sobreviver. "Muita gente foi prejudicada e ainda é algo que temos que aguardar, não tem o que fazer", observa.

Mas quando a normalidade retornar, e todos torcemos para que seja o mais breve possível, a Erê Eventos estará pronta para retomar as atividades. "Estamos tentando manter os equipamentos funcionando para estar tudo certo na hora que voltarem os eventos. As pessoas ainda entram em contato, combinam parceria para quando puder voltar, mas quando isso vai acontecer ninguém sabe. Por enquanto, estamos sempre nos preparando e apostando nas alternativas", finaliza Rozane.


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