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Oeste de Santa Catarina merece mais atenção, respeito e investimento

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A distância da Capital do Estado, a escassez de investimentos, a falta de dinamismo da representação política e o descaso de vários Governos criaram uma situação injusta para o grande Oeste de Santa Catarina. Nunca uma questão foi colocada de maneira tão crua e tão direta: ou ampliam-se e fortalecem-se as condições de infraestrutura dessa região ou as empresas e, em especial, as agroindústrias se transferirão ao centro-oeste brasileiro.

Desde a década de 1960, empresários e produtores rurais constroem o que é considerado o maior parque agroindustrial do País, formado por indústrias de processamento de aves, suínos, grãos e leite. Essas unidades são alimentadas com matéria-prima produzida por 150 mil famílias rurais e sustentam mais de 60 mil empregos diretos. Também surgiram aqui avançadas empresas das áreas da madeira, da metalurgia e da cerâmica. A participação oestina na economia catarinense é reforçada pelas 50 mil empresas instaladas na região que respondem por 19% dos postos formais de trabalho existentes no Estado. Somente no setor industrial são 162 mil empregos ou 22% do total da indústria catarinense.

Longe dos grandes centros de consumo e dos portos, o milagre de construir esse império em uma região com deficiências de estradas e comunicações, somente se explica pela vocação ao trabalho das etnias que predominam na paisagem humana do oeste - especialmente os descendentes de italianos e alemães - e pelo arrojo de empreendedores.

 Sessenta anos depois, dois fenômenos ameaçam a hegemonia e a viabilidade das agroindústrias catarinenses. De um lado, a transnacionalização das economias e o aumento da competitividade no setor de alimentos passaram a exigir absoluta racionalização dos custos, paralelamente à busca incessante pela qualidade. De outro, a ausência ou insuficiência de investimentos em obras capazes de otimizar a logística de transportes ameaçam inviabilizar a operação de plantas agroindustriais. Nesse aspecto, é frustrante constatar que o oeste detém a menor taxa de investimentos públicos federais e estaduais de todas as regiões do hinterland barriga-verde.

 O exemplo mais emblemático é a situação da BR-282. Na condição de espinha dorsal do sistema rodoviário catarinense, a BR-282 é essencial para o escoamento da vasta produção agroindustrial do Oeste de Santa Catarina aos portos e aos grandes centros brasileiros de consumo. Por ela transitam milhões de dólares em produtos exportáveis que asseguram as divisas das quais o País precisa para sustentar seu desenvolvimento. Na verdade, é o único caminho para escoar as riquezas exportáveis do grande oeste. A via tornou-se um gargalo logístico para o transporte de toda a produção agropecuária da região oeste, reconhecida como maior produtora de suínos do Brasil, uma das maiores produtoras de aves, a maior exportadora de suínos e aves e o maior polo brasileiro de carnes industrializadas.

Para discutir questões de alto interesse para o Grande Oeste, lideranças estiveram reunidas na FIESC na segunda quinzena de junho em encontro do qual resultou o "Manifesto do Grande Oeste de Santa Catarina". Todos os pontos focalizados merecem destaque, especialmente, as obras de recuperação das rodovias federais BR-282, BR-158 e BR-163 (SC) e das estaduais SC-283 e SC-160, além de dezenas de outras vulnerabilidades ali apontadas.

 As deficiências da infraestrutura de transporte ferem o coração da economia oestina. Portos, aeroportos, armazéns e módulos multimodais - interagindo ferrovias, rodovias, hidrovias etc. - é que garantirão o aproveitamento de oportunidades, inclusive de importação de grãos de países vizinhos. A verdade é que o grande oeste depende visceralmente da infraestruturação regional para manter suas agroindústrias e suas empresas. O Oeste não pode ser o quintal esquecido do Estado. O Oeste merece respeito, valorização e investimentos.


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